Pesquisadores do Instituto de Infectologia Emílio Ribas fazem um apelo para que famílias com jovens de 12 a 17 anos participem do estudo com a nova vacina de chikungunya. Eles lembram que os jovens voluntários que contribuírem com a realização do estudo terão um papel fundamental para que ela possa ser posteriormente encaminhada para a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e incorporada ao Programa Nacional de Imunizações.
Aberto desde o ano passado, o estudo no Emílio Ribas precisa de 750 voluntários nesta faixa etária, mas até agora teve apenas 24 inscritos. Os voluntários serão monitorados online pela equipe de pesquisa por um ano e precisarão fazer seis visitas presenciais para o acompanhamento médico.
A vacina já passou pelo estudo de fase 3 nos EUA, com 4.115 adultos e dados preliminares mostraram que ela é segura e teve mais de 96% de eficácia. O estudo é uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica Valneva Áustria GmbH. Além do Emílio Ribas, em São Paulo, outros seis centros participam do estudo no Brasil.
Como participar
Os jovens interessados em fazer parte do teste de vacina contra chikungunya devem preencher este formulário digital. Por serem menores de idade, os voluntários precisam da autorização de seus responsáveis legais.
Na sequência, passarão por uma triagem clínica com base no histórico médico. Serão realizados exame físico e testes laboratoriais. A primeira visita é presencial. A Unidade de Pesquisa do Emílio Ribas funciona de segunda à sexta, das 8h às 17h. O agendamento, por sua vez, é flexível, para atender os horários mais convenientes aos participantes.
Após receber a dose, os jovens serão monitorados online pela equipe do Emílio Ribas por 15 meses, sendo necessárias apenas seis visitas presenciais para acompanhamento médico.
Podem fazer parte da pesquisa jovens que tenham ou não contraído a chikungunya anteriormente. Pessoas que fazem terapias imunossupressoras, gestantes e lactantes não estão aptas a participar desta etapa.
Luta importante
A chikungunya é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e pode causar desde sintomas leves como febre e manchas pelo corpo, até complicações como meningite, doenças cardíacas e dores musculares e nas articulações, levando até à incapacitação. No ano passado, o Brasil teve até novembro, 169 mil casos suspeitos notificados, com alta de 81% em relação a 2021 (dados do Ministério da Saúde). No período, 85 brasileiros morreram em decorrência de complicações da doença.