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Crianças de 0 a 4 anos morreram mais de Covid-19 do que maiores de 5

Estima-se que as mortes de crianças pela doença tenham chegado a 4.081, sendo 3.249 nesta faixa etária. Entidades criticam “sabotagem” à vacinação infantil

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 jan 2022, 15h03
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    Crianças menores de 4 anos são mais vulneráveis ao coronavírus, aponta levantamento (STR/AFP)

    Um levantamento da Vital Strategies – organização mundial composta por especialistas e pesquisadores em saúde que atua junto a governos – mostra que crianças de 0 a 4 anos são mais vulneráveis ao novo coronavírus do que a população de 5 a 11 anos, alvo do plano nacional de imunização contra a Covid-19.

    Segundo dados oficiais, o Brasil registrou 1.544 mortes de crianças de 0 a 11 anos de idade pela doença desde o início da pandemia, em março de 2020. Destas, 324 tinham de 5 a 11 anos e 1.220 eram de crianças entre 0 e 4 anos, ou seja, um número quatro vezes maior. Sem contar a subnotificação de dados. O levantamento aponta uma projeção de 2.537 mortes não notificadas nos dados oficiais, principalmente pelos diagnósticos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) não especificadas, relatadas como causa dos óbitos.

    Assim, estima-se que as mortes de crianças pela Covid-19 tenham chegado a 4.081, como 3.249, de 0 a 4 anos, e 832, de 5 a 11 anos. O Ministério da Saúde não se manifestou sobre a solicitação de subnotificações e estimativas solicitado pela organização.

    Críticas de entidades

    Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgaram uma nota de repúdio ao que consideram uma “sabotagem” contra a vacina da Covid-19. Em um texto intitulado “Pacto pela Vida e Pelo Brasil”, os presidentes dessas organizações e outras nomearam as tentativas de desacreditar a vacinação infantil por parte do governo federal, encabeçadas pelo presidente Jair Bolsonaro, como um “circo da insensatez” e “uma bolha de negacionismo”. “A sociedade brasileira conhece muito bem a dura realidade, sente na pele os desafios, escuta o que diz a ciência e assim defenderá o direito à vacina infantil, contra o SARS-CoV-2″, diz o texto divulgado na sexta-feira, 21.

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    No texto, as associações afirmam que sabotar a imunização infantil é “desprezar o direito à vida e à saúde de uma faixa etária com cerca de 69 milhões de brasileiros. É disso que se trata, em flagrante desrespeito à Constituição e ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”. As instituições ainda criticam as “declarações enganosas” por parte de autoridades do governo federal contra as ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e apelam para que a população brasileira forme um “cinturão de lucidez” de combate à pandemia.

    Na última sexta-feira, 21, o Ministério da Saúde soltou uma nota técnica afirmando que o “kit covid” é eficaz contra a doença, e não a vacina. Em seguida, professores da Faculdade de Medicina da USP, docentes, profissionais de saúde e pesquisadores brasileiros criaram um baixo-assinado online em repúdio à nota técnica, que, em 16 horas, já obteve mais de 22 mil assinaturas. “Causa enorme preocupação o fato de que as rédeas do Ministério da Saúde estejam sob a posse da ideologia, da desinformação e, principalmente, da ignorância”, diz o manifesto.

    No sábado, 22, Bolsonaro voltou a levantar dúvidas contra a vacinação pediátrica, mesmo sem apresentar provas. No “Pacto pela Vida e Pelo Brasil”, assinado por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, da CNBB, Felipe Santa Cruz, da OAB, José Carlos Dias, da Comissão Arns, Luiz Davidovich, da Academia Brasileira de Ciências, Paulo Jeronimo de Sousa, da Associação Brasileira de Imprensa; e Renato Janine Ribeiro, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, as entidades lembram ainda o reconhecimento internacional do Brasil pelo programa de imunização. “Gerações cresceram atendendo às convocações para vacinações diversas e assim foi possível controlar doenças que assombraram a população infantil e tantas famílias – entre elas, o sarampo e a poliomielite”.

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