Covid-19 mata mais pessoas do sexo masculino
Estudo da USP sugere que o sexo é mais determinante nos óbitos pela doença do que comorbidades ou vulnerabilidade social
Um estudo do Instituto de Estudos Avançados da USP, em conjunto com a Faculdade de Medicina da USP, aponta que o sexo masculino pode ser fator determinante nas mortes por Covid-19 na cidade de São Paulo. A pesquisa também demonstrou que fatores de risco como a vulnerabilidade social e comorbidades não são dominantes nos óbitos pela doença.
“O sexo masculino foi determinante como um fator de risco para o óbito da doença nesse período inicial”, afirmou Thiago Afonso Teixeira, médico da Faculdade de Medicina da USP. De acordo com ele, a pesquisa se deu a partir de um estudo observacional e pela coleta de dados secundários das mortes pela Covid-19 da população da cidade de São Paulo, entre fevereiro e agosto de 2020.
Por meio de uma vigilância epidemiológica neste período, em conjunto com uma unidade de desenvolvimento brasileira, os pesquisadores analisaram cerca de 37.583 hospitalizações, com diferentes quadros de vulnerabilidade social dos doentes, e concluíram que a possibilidade de óbitos entre os pacientes do sexo masculino ocorreu cerca de um quarto de vezes a mais do que entre o sexo feminino.
A pesquisa destaca ainda que não houve risco maior de contrair a doença por vulnerabilidade social e a predisposição de pacientes com comorbidades não chega a ser um fator determinante nas mortes pela doença. Ambas as questões não se comparam às diferenças encontradas entre os sexos, em que os índices de letalidade chegaram a ser “124 vezes maior do que em locais com vulnerabilidade social muito baixa”, completa o médico.