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Coronavírus: uso de máscaras é a melhor forma de prevenção, diz estudo

Estudo mostrou que o uso de máscara reduziu em 25% o risco de infecção, enquanto naqueles que só mantiveram o distanciamento a redução foi de 15%

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jun 2020, 18h10 - Publicado em 15 jun 2020, 17h49
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  • De acordo com novo estudo realizado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), o uso de máscaras é capaz de conferir mais proteção do que apenas o distanciamento social ou a higienização das mãos. Os pesquisadores basearam essa conclusão na análise do surto de coronavírus no navio de guerra americano USS Theodore Roosevelt.

    A Marinha americana informou que de uma tripulação de cerca de 4.800 marinheiros, 1.273 deram positivo para o vírus e 382 participaram do estudo. Os resultados mostraram que apenas 55,8% das pessoas que usavam máscara regularmente pegaram a doença, em comparação com 80,8% das que não usavam – uma redução de 25%.

    As pessoas que não seguiram as diretrizes de distanciamento social adoeceram a uma taxa de 70%, contra 54,7% para aqueles que ficaram a cerca de um metro e meio de distância dos outros – queda de 15,3%). Além disso, os marinheiros que usavam áreas comuns relataram uma taxa de infecção de 67,5% e aqueles que evitaram esses espaços tiveram uma taxa de infecção de 53,8%.

    O uso de máscaras também foi mais eficaz do que o aumento da lavagem das mãos, no estudo em questão. Cerca de 62% dos que relataram lavar as mãos regularmente foram infectados, em comparação com 65% daqueles que não lavam as mãos regularmente (queda de 3%).

    Mas, calma, isso não quer dizer que você deve apenas usar máscara e esquecer das outras medidas e sim que você deve adotar todas elas. “Aqueles que relataram tomar medidas preventivas tiveram uma taxa de infecção menor do que aqueles que não relataram tomar essas medidas”, concluiu o estudo.

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    Controvérsia

    O uso de máscaras pela população em geral tem sido controverso desde o início da pandemia. Inicialmente, a recomendação era que apenas pessoas doentes e profissionais de saúde deveriam usa-las. Os motivos incluíam a escassez desses equipamentos, que colocava em risco a falta para quem realmente precisava usa-las, além do fato que, segundo especialistas, se todos os doentes usassem corretamente, a transmissão seria contida. Outros argumentavam ainda que o uso de máscaras por pessoas saudáveis poderiam trazer uma falsa sensação de segurança, já que elas poderiam achar que estavam protegidas apenas com a máscara e descuidar de outras medidas, como não tocar o rosto – principalmente os olhos, manter distância e higienizar as mãos.

    A medida que a ciência descobriu o papel dos assintomáticos na disseminação da infecção, a recomendação do uso de máscaras começou a ser expandida. Afinal, se a pessoa não apresentar sintomas, ela não saberá que está infectada, não usará máscara e espalharia o vírus. Assim, a melhor forma de garantir que não haja transmissão, é todos usarem.

    LEIA TAMBÉM: Máscaras caseiras: 11 erros comuns que favorecem o coronavírus

    Desde então, muita coisa mudou. O uso de máscaras de pano começou a ser recomendado, como forma de aumentar a disponibilidade e o acesso a esses equipamentos. No Brasil, muitos estados tornaram o uso obrigatório para todos que estão fora de casa. Além disso, surgiram diversos estudos comprovando a eficácia do amplo uso de máscaras.

    Um estudo de 2013, liderado pela Public Health England descobriu que usar algum tipo de material no rosto era cinco vezes mais eficaz do que não usar nada para prevenir uma pandemia de gripe, por exemplo. O estudo concluiu que uma máscara caseira “deveria ser considerada apenas como último recurso para impedir a transmissão de gotículas de indivíduos infectados, mas seria melhor do que nenhuma proteção”.

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    Uma pesquisa mais recente, feita pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, mostrou que usar uma máscara facial que cubra a boca e o nariz reduz a distância percorrida pela respiração em mais de 90%, consequentemente reduzindo as chances de transmissão – e contaminação – pelo novo coronavírus. Na análise, os pesquisadores testaram sete tipos de coberturas faciais, incluindo máscaras médicas e caseiras, e confirmaram que todas poderiam ajudar a limitar a propagação do vírus.

    Vale ressaltar que pesquisas recentes mostraram que a principal forma de contaminação pelo coronavírus é de pessoa para pessoa, através de gotículas expelidas quando uma pessoa infectada espirra, tosse ou fala – mesmo que essa pessoa não esteja apresentando sintomas. Daí a importância do uso generalizado das máscaras.

    Tanto que, recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou suas orientações e disse que as máscaras devem ser usadas em público para ajudar a impedir a propagação do coronavírus. Por outro lado, a organização ressalta que é de suma importância que o uso de máscaras venha acompanhado de outras medidas, como distanciamento social, evitar tocar o rosto e higienização constante das mãos.

    É importante que as pessoas tenham em mente que o uso de máscara em público vai além da auto-proteção. Essa é um forma de proteger o outro. Por exemplo, se eu estiver usando máscara, mas a outra pessoa não e ela tossir nos meus olhos, eu posso ser infectado. Portanto, uma máscara não é suficiente. Agora se os dois usarem a máscara, um estará protegendo o outro e isso é muito importante”, diz à VEJA o infectologista Wilbur Chen, professor e pesquisador da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

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