Em entrevista exclusiva, Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, fala do papel do hospital no tratamento da primeira infecção por coronavírus registrada no Brasil
Por que o hospital optou por isolar o primeiro paciente confirmado com o novo coronavírus e não o deixou internado?
O hospital seguiu todos os protocolos de segurança recomendados pelo Centers of Disease Control, dos Estados Unidos, da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde. Todos determinam a internação somente em casos nos quais o paciente apresente condições clínicas que exijam maiores cuidados, como a instalação de pneumonia decorrente da infecção. O paciente se encontra clinicamente bem e permanece em isolamento respiratório domiciliar.
Como funciona o isolamento do paciente? Há algum tipo de monitoramento do hospital?
Ele está sendo acompanhado diariamente por uma equipe do hospital por meio de contatos frequentes por telefone e mensagens. Por enquanto, não há razão para retorno ao hospital.
Houve a necessidade de algum tipo de adaptação do hospital para a chegada do coronavírus?
O hospital começou a se preparar desde o início da epidemia, na China. Entre outras medidas, houve a alocação de 12 leitos de isolamento respiratório, com pressão negativa (não permitem a saída de ar do quarto para outros ambientes). Além disso, os colaboradores de todas as áreas estão sendo treinados há dois meses para que executem suas funções de forma segura e para que obedeçam as regras que garantam a segurança em todos os ambientes das unidades de atendimento. Os treinamentos são extensivos às unidades públicas gerenciadas pelo Einstein.
Os profissionais do hospital que entraram em contato com o paciente de diagnóstico positivo passam por algum tipo de monitoramento ou seguem trabalhando normalmente?
Todos passaram pelo teste para coronavírus, que resultaram negativo. Estão trabalhando normalmente.