Conheça os sintomas da demência diagnosticada em Milton Nascimento
Demência por corpos de Lewy pode ser confundida com doença de Parkinson, mas afeta cognição como Alzheimer; entenda as diferenças
Condição neurodegenerativa, a demência por corpos de Lewy, quadro diagnosticado no cantor Milton Nascimento, pode confundir parentes e cuidadores familiares por se assemelhar à doença de Parkinson, conhecida por causar alterações motoras. E, assim como o Alzheimer, a doença também leva a problemas cognitivos e não tem cura. O tratamento envolve medicamentos, mas fisioterapia e sessões de fonoaudiologia podem auxiliar os pacientes.
Neurologista do Einstein Hospital Israelita, Jerusa Smid explica que a condição é a segunda causa de demência degenerativa na população idosa e que os sintomas misturam questões cognitivas e motoras. Ela tem relação com o acúmulo da proteína alfa-sinucleína nos neurônios, impactando o funcionamento das células cerebrais.
“(O paciente pode ter) dificuldade de atenção e alguma dificuldade de memória, mas não é o que predomina no começo da doença, e sintomas motores semelhantes aos da doença de Parkinson.” Bituca, como é conhecido o cantor, foi diagnosticado com Parkinson em 2023.
Segundo a médica, os pacientes podem apresentar lentidão motora, rigidez nos movimentos, alteração de marcha, passo mais curto, ter tremor e alterações de equilíbrio.
“Também ocorre a presença de alucinações visuais complexas e transtorno comportamental do sono REM. A principal característica do transtorno é fazer movimentos enquanto sonha. Se sonha que está correndo, faz movimentos como se estivesse correndo”, explica Jerusa.
Outra peculiaridade é a flutuação dos sintomas com momentos em que a pessoa está melhor e outros em que os sintomas estão mais aparentes.
Tratamento da demência
Além de possíveis dificuldades para fechar o diagnóstico, diante da semelhança com sintomas de outras demências, o tratamento da demência por corpos de Lewy pode ser desafiador.
“Uma característica é que o paciente não responde bem aos tratamentos convencionais. O paciente tem muitas alucinações complexas com imagens detalhadas e elas pioram com os medicamentos que usamos, o que faz o tratamento ser difícil. O profissional pode aumentar a dose do antipsicótico e o paciente piorar”, explica Mariana Bellaguarda Sepulvida, geriatra e coordenadora do serviço de geriatria do Hospital São Luiz/Rede D’Or de São Caetano do Sul, no ABC paulista.
O tratamento deve ser, então, multidisciplinar e envolver uma abordagem que considere quadros emocionais. “Muitas vezes o conteúdo da alucinação acompanha o conteúdo da emoção, então, precisa tratar o emocional para que o paciente não tenha depressão, pensamentos de agressividade, tristeza, medo e pavor”, diz Mariana, que é professora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
De acordo com Jerusa, também são indicadas terapias para melhorar questões motoras e de fala. “O paciente pode fazer fisioterapia e fonoterapia, porque pode ter comprometimento de deglutição e fala, ficando com a voz mais baixa.”
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