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Como a gripe pode prejudicar seu coração

Estudo mostra que avarias e cicatrizes observadas em pacientes com quadro grave da doença são causadas pela infecção direta nas células cardíacas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 17h27 - Publicado em 12 Maio 2022, 13h44

Diferente do que há muito se previa, problemas cardíacos associados à gripe não são causados ​​por uma inflamação intensa nos pulmões. Segundo um estudo da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, publicado nesta quarta-feira 11, na revista Science Advances, as avarias e as cicatrizes no coração, observadas em pacientes com quadro grave de gripe, são causadas pela infecção direta nas células cardíacas.

Em trabalhos anteriores, os pesquisadores haviam visto partículas virais da gripe em células cardíacas de camundongos infectados, mas não podiam afirmar com certeza que sua presença no órgão estava causando danos cardíacos. Ao infectar os animais com um vírus geneticamente alterado e que não foi capaz de se replicar nas células do coração, os camundongos desenvolveram sintomas inflamatórios clássicos, sem complicações cardíacas. “Mostramos que, mesmo quando tem uma infecção muito grave nos pulmões, se estiver com esse vírus que não pode se replicar no coração, não terá complicações cardíacas”, disse Jacob Yount, professor associado de infecção microbiana e imunidade na Faculdade de Medicina do Estado de Ohio e principal autor do estudo.

Segundo o especialista, isso prova que é a infecção direta do coração que causa complicações. “Agora precisamos descobrir o que a infecção direta faz: está matando as células do coração? Tem ramificações a longo prazo? As infecções repetidas têm complicações cardíacas que se acumulam com o tempo? Há muitas perguntas para respondermos”, completa Yount, também codiretor do Programa de Vírus e Patógenos Emergentes em Instituto de Doenças Infecciosas do Estado de Ohio.

Para este estudo, os pesquisadores alteraram o genoma de uma cepa de gripe H1N1 para que o vírus não pudesse “sequestrar” células do coração e fazer cópias de si mesmo. Eles injetaram o vírus alterado e um vírus de controle em camundongos normais e camundongos sem IFITM3 – proteína que ajuda a criar imunidade contra o vírus influenza.

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Ambos os vírus causaram inflamação pulmonar e sistêmica e geraram altas concentrações de partículas virais nos camundongos. O vírus alterado, porém, não foi detectado em células cardíacas de camundongos normais. Esses achados permitiram comparações diretas entre os corações de camundongos com e sem replicação robusta do vírus. “Temos esse modelo de camundongo e esse vírus que nos permitiu distinguir entre a inflamação pulmonar grave e a replicação direta do vírus no coração. Não conseguimos separar essas duas coisas no passado”, disse Yount.

Mas ainda há muito o que aprender. Geralmente a gripe não está presente no sangue ou em outros órgãos, mas sim tende a concentrar a maior parte de seus esforços para se infiltrar nos pulmões. Mas pode chegar ao coração – e descobrir como isso acontece é parte do trabalho contínuo no laboratório de Yount. “É outro motivo para tomar a vacina contra a gripe, se não quiser que seu coração seja infectado pela gripe”, afirma o especialista.

Ainda é cedo para dizer como essa pesquisa pode influenciar o tratamento de pacientes hospitalizados com gripe e complicações cardíacas, mas Yount ressalta a importância dessas descobertas para reduzir os efeitos problemáticos da gripe no coração.

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