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Cirurgias de adequação sexual crescem 75% pelos convênios médicos

Antes realizada no SUS e na rede particular, a redesignação sexual faz parte da saúde suplementar e tornou-se mais acessível para a população trans

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 abr 2023, 12h34
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  • O Brasil tem hoje quatro milhões de pessoas transgêneras e não-binárias, segundo dados da Unesp, em 2021. E uma questão importante para a inserção desses indivíduos na sociedade é a cirurgia de adequação sexual ou redesignação sexual. Até 2020, o acesso ao procedimento era feito apenas pela rede pública de saúde, o SUS, ou de forma particular que, em média, custa R$ 70 mil, para mulheres trans, e R$ 100 mil, para homens trans. Não há dados oficiais, mas a espera para se fazer a cirurgia no SUS pode chegar até a 10 anos.

    Há dois anos, no entanto, esse cenário vem passando por mudanças. A ANS (Associação Nacional de Saúde Suplementar) incluiu a cirurgia no rol de procedimentos cirúrgicos liberados para os planos de saúde. Com isso, o número dos procedimentos cresceu expressivamente. Em um ano, o salto foi de 75%, segundo dados dos próprios convênios. 

    “Quanto mais complexo e demorado o tratamento cirúrgico, maior o custo. E no Brasil, onde a população transgênera é mais marginalizada e tem um acesso econômico menor – até por conta do preconceito -, faz com que exista uma barreira econômica para a cirurgia. E sua inclusão no rol de procedimentos facilita o acesso e a difusão para boa parte da população”, diz o cirurgião plástico Matheus Manica, especialista na área. 

    Tratamento de Saúde

    Segundo o médico, o procedimento é mais do que um tratamento estético. De acordo com a Wpath (World Professional Association for Transgender Health), a cirurgia de adequação ajuda a integrar a pessoa na sociedade, melhorando sua produtividade e autoestima. “Melhora a disforia, a saúde mental e previne até mesmo casos grave, como o suicídio”, afirma Manica. 

    Com o avanço das técnicas, como a realizada pelo cirurgião, na qual os tecidos do pênis, que contém importantes terminações nervosas, são usados para criar a parte externa da vagina. O procedimento apresenta alta satisfação das pacientes e ampliação da sensibilidade erógena. “A adequação genital já se mostrou uma opção segura e confiável e, sem dúvida, muda a vida da paciente”, finaliza o médico. 

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