Os 21 milhões de moradores de Chengdu, no sudoeste da China, continuarão confinados em suas casas, mesmo após um terremoto que matou pelo menos 65 pessoas na região. As autoridades mantiveram medidas rígidas as medidas contra a Covid-19 na cidade, que vive um bloqueio abrangente desde o início deste mês.
Imagens que circulam online nesta terça-feira 6, mostraram trabalhadores usando equipamentos de proteção de cima a baixo, impedindo que moradores de prédios saíssem pelas portas trancadas do saguão após o terremoto de magnitude 6,8 do dia anterior, centrado na província vizinha de Sichuan.
O tremor aconteceu às 12h52 (1h52 de Brasília) e teve seu epicentro na região montanhosa de Sichuan, 200 km ao sudoeste da cidade de Chengdu, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS). Derrubou a energia e danificou edifícios na histórica cidade montanhosa de Moxi e na prefeitura autônoma tibetana de Garze, onde 37 pessoas foram mortas. “Tendas foram erguidas para mais de 50.000 pessoas que foram removidas de casas atingidas pelo terremoto”, informou a agência de notícias oficial Xinhua.
A emissora estatal CCTV mostrou equipes de resgate puxando uma mulher que parecia ilesa de uma casa desmoronada em Moxi, onde muitos dos edifícios são construídos com madeira e tijolos. Cerca de 150 pessoas foram resgatadas com vários graus de lesões.
Lockdown
Apesar de registrar apenas alguns casos, o bloqueio de Chengdu é o mais severo desde que a maior cidade da China, Xangai, foi isolada durante o verão, provocando raros protestos presenciais e online.
Ao todo, 65 milhões de chineses em 33 cidades, incluindo sete capitais provinciais, estão agora sob vários níveis de bloqueio, enquanto o governo desaconselha viagens domésticas durante os feriados nacionais que se aproximam. Surtos foram relatados em 103 cidades, o maior desde os primeiros dias da pandemia no início de 2020.
A maioria dos moradores de Chengdu está confinada em seus apartamentos ou complexos residenciais. Na cidade portuária de Tianjin, as aulas foram transferidas para o ambiente online depois que novos casos foram relatados.
O sistema político comunista autoritário da China exige adesão rígida às medidas ditadas pela liderança central predominantemente dominada pelo líder do partido Xi Jinping. Tal política está causando queixas generalizadas sobre a escassez de alimentos, medicamentos e acesso a cuidados de saúde. Um distrito em Chengdu proibiu até mesmo o pedido de refeições para viagem e café, de acordo com um aviso publicado na internet.
Zero-Covid
A China manteve sua política rígida de “zero-Covid”: testes obrigatórios, bloqueios, quarentenas e máscaras, apesar dos conselhos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das medidas da maioria dos outros países em se abrir novamente, desde que o vírus foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan, no final de 2019.
A China reportou nesta terça-feira, 1.499 novos casos de infecção local, a maioria assintomática. Sichuan foi responsável por 138 desse valor total.
Abaixo, os números da vacinação no Brasil: