O Brasil registrou, no ano passado, 78 mil casos de tuberculose, doença bacteriana que causa tosse por mais de três semanas, montante que representa alta de 4,9% em relação a 2021. Os dados foram apresentados pelo Ministério da Saúde, que lançou uma campanha nacional para combater a doença, responsável pela morte de 5 mil pessoas em 2021 – quase 14 óbitos por dia – e que pode ser evitada por meio da vacinação nesta sexta-feira, 24.
Um dos 30 países com mais casos da doença contagiosa, o Brasil tem como meta zerar o número de registros até 2035. A campanha vai atuar em três frentes: a prevenção por meio da vacina BCG, aplicada após o nascimento, o diagnóstico correto e o tratamento correto, sem as interrupções que podem ocorrer quando o paciente vê a melhora de sintomas como tosse seca ou com muco por mais de três semanas, febre, suor noturno e perda de peso.
“É inadmissível que tantas pessoas percam a vida por uma doença que tem prevenção, tratamento e cura. A tuberculose é uma doença que atinge mais fortemente a população mais vulnerável”, disse, em coletiva, a ministra da Saúde Nísia Trindade.
A vacina BGC, indicada para evitar formas graves da tuberculose, é oferecida para recém-nascidos e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o ministério, a cobertura vacinal entrou em queda. Até 2018, o índice estava acima de 95%, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2019, caiu para 88%.
A pasta anunciou ainda que vai oferecer, a partir deste mês, um novo teste para detecção da doença por meio da urina para pessoas vivendo com HIV que estão com imunodepressão avançada.
O tratamento, também oferecido pelo SUS, tem duração de, no mínimo, seis meses e não deve ser interrompido.
Veja sintomas da tuberculose:
- Tosse, seca ou produtiva (com catarro), por 3 semanas ou mais
- Febre vespertina
- Sudorese noturna
- Emagrecimento