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Baixos níveis de alguns anticorpos podem aumentar risco de Covid longa

Pesquisadores suiços descobriram uma “assinatura de anticorpos” que pode ajudar a identificar maior risco de desenvolver a doença de longa duração

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 jan 2022, 11h09
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    A Covid longa se caracteriza por sintomas persistentes da Covid-19, que podem durar meses (Daniel Roberts/VEJA)

    Pesquisadores do hospital universitário de Zurique, na Suiça, descobriram uma “assinatura de anticorpos” que pode ajudar a identificar pacientes com maior risco de desenvolver a “Covid longa”, uma forma da doença em que os sintomas persistem por muitos meses. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira, 26, na Nature Communications.

    Ao analisar o sangue de pacientes com Covid-19, eles perceberam que níveis baixos de certos anticorpos eram mais comuns nas pessoas que desenvolveram a Covid longa do que em quem se recuperou rapidamente. Combinado a indicadores como a idade do paciente, detalhes de seus sintomas e se tinham ou não asma, a assinatura do anticorpo permitiu aos médicos prever se as pessoas tinham um risco moderado, alto ou muito alto de desenvolver doenças a longo prazo. “No geral, achamos que nossas descobertas e a identificação de uma assinatura de imunoglobulina ajudarão na identificação precoce de pacientes com maior risco de desenvolver Covid longa, o que, por sua vez, facilitará a pesquisa, compreensão e, finalmente, tratamentos direcionados para essa forma da doença”, disse Onur Boyman, professor de imunologia dohospital universitário de Zurique, que liderou a pesquisa.

    Participaram da pesquisa 175 pessoas que testaram positivo para Covid-19 e 40 voluntários saudáveis ​​que atuaram como grupo de controle. Para entender como seus sintomas mudaram ao longo do tempo, os médicos acompanharam 134 pacientes diagnosticados com o coronavírus por até um ano após a infecção inicial. Os exames de sangue dos participantes mostraram que aqueles que desenvolveram a Covid longa – também conhecida como síndrome pós-aguda Covid-19 (Pacs) – tendiam a ter baixos níveis de IgM, primeiro anticorpo liberado quando um agente infeccioso ou uma toxina ataca o nosso organismo, e de IgG3, que atua na regulação da resposta imunológica. Pessoas com asma também mostraram ter mais risco. “Espera-se que isso melhore o atendimento a pacientes com Covid longa, bem como motive grupos de alto risco, como pacientes asmáticos, a serem vacinados e, assim, prevenir essa forma da doença”, alertou Carlo Cervia, autor da pesquisa.

    Embora não haja uma cura para a Covid longa, a possibilidade de saber quem tem maior chance de desenvolvê-la pode ajudar os médicos a direcionar os pacientes para terapias específicas e planejar uma reabilitação precoce. Um melhor controle da infecção por meio de tratamentos com anticorpos, antivirais e anti-inflamatórios pode auxiliar na redução do risco e, embora ainda precise mais estudos, os pesquisadores acreditam que as vacinas podem aliviar os sintomas prolongados da Covid longa.

    Outra expectativa é que a identificação precoce de pacientes com Covid longa ajude os médicos a descobrir o que causa a doença em determinadas pessoas. Os pesquisadores propuseram vários possíveis fatores, desde danos a longo prazo causados ​​​​pelo vírus a um sistema imunológico defasado e bolsões de vírus escondidos no organismo. “Precisamos urgentemente ampliar a pesquisa sobre como evitar que isso aconteça”, afirmou Claire Steves, professora clínica sênior do King’s College London, que saudou o trabalho, mas disse que era importante replicar as descobertas em um número maior de pacientes. Com o aumento do número de casos, ela acrescentou, que muito mais pessoas correm o risco de desenvolver sintomas a longo prazo.

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    David Strain, professor clínico sênior da faculdade de medicina da Universidade de Exeter e líder da Associação Médica Britânica em Covid-19, disse que o estudo é um passo para entender melhor a Covid-19. “A assinatura do anticorpo identificada pelos pesquisadores suíços foi semelhante à observada na encefalomielite miálgica (ME)”, disse ele, sobre uma condição caracterizada por uma fadiga crônica que se estende por meses. “Mais comparações entre essas doenças podem permitir o benefício mútuo e a polinização cruzada de ideias, pois os aprendizados de cada um beneficiam o outro”, completou.

     

     

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