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Até que ponto os jovens conseguem identificar fake news de saúde na web?

Estudo aponta que 41% não sabem distinguir mensagens verdadeiras e falsas em ambiente online. Algo que já é considerado um problema de saúde pública

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 ago 2022, 19h40 - Publicado em 30 ago 2022, 19h38

Um novo estudo da Universidade Comenius, na Eslováquia, publicado no Frontiers in Psychology, descobriu que os adolescentes têm dificuldade em discernir entre mensagens de saúde falsas e verdadeiras na internet.

Entre os participantes, 48% confiaram mais nas notícias de saúde precisas do que nas enganosas; 41% consideraram mensagens neutras erradas e verídicas igualmente confiáveis ​​e 11% acharam as mensagens verdadeiras menos confiáveis ​​do que as falsas. De acordo com os pesquisadores, 41% dos adolescentes sequer conseguiram distinguir entre um conteúdo médico online verdadeiro e falso. Além disso, a má edição de mensagens de saúde não foi percebida como um sinal de baixa confiabilidade.

Esses resultados mostram a urgência de uma melhor formação dos adolescentes para navegar em um mundo em que as notícias falsas de saúde são tão difundidas. Pesquisas anteriores evidenciaram que as matérias e mensagens online relacionadas à saúde são, em sua maioria, incompletas e imprecisas, além de conter informações potencialmente prejudiciais. Ou seja, virou um problema de saúde pública.

“Houve uma explosão de desinformação na área da saúde durante a pandemia da Covid-19”, disse Radomír Masaryk, especialista da Universidade Comenius e principal autor do estudo. “Como os adolescentes são usuários frequentes da internet, esperamos que já saibam como abordar e avaliar as informações online, mas é o oposto”, completou.

Adolescentes e mídia

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Mesmo sendo o público mais conectado do mundo, com 71% de usuários assíduos na internet, os jovens são, muitas vezes, esquecidos nas pesquisas, que geralmente focam em adultos. Eles, porém, são os que mais correm riscos de encontrar notícias falsas sobre saúde.

Mesmo com alguns veículos e sites confiáveis, que publicam informações de saúde online fornecidas por profissionais gabaritados e que levam às mudanças no estilo de vida saudável, autocuidado e adesão ao tratamento, existem muitos sites e redes sociais que disseminam fake news para provocar o efeito contrário, levando às más escolhas, comportamentos de risco e perda de confiança nas autoridades de saúde.

De acordo com o estudo, os adolescentes estabelecem a confiabilidade observando as características estruturais de um site, como idioma e aparência. Para eles, organizações autorizadas, marcas conhecidas ​​ou sites com linguagem empresarial tendem a ser mais confiáveis. Em contraposição, tendem a desconfiar de sites que apresentam superlativos, isca de cliques, erros gramaticais, apelo de autoridade e muitas letras em negrito. Com base neste estudo anterior, Masaryk e sua equipe avaliaram 300 adolescentes e os efeitos da manipulação pelo conteúdo e formato de mensagens online de saúde.

Foram enviadas aos voluntários, com idades entre 16 e 19 anos e estudantes do ensino médio, sete mensagens curtas sobre os efeitos que diferentes tipos de frutas e vegetais promoviam na saúde. Entre elas, haviam mensagens falsas, verídicas neutras e verdadeiras com elementos editoriais (superlativos, erros gramaticais, apelo de autoridade e fonte em negrito).

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Ao avaliar a confiabilidade, os participantes foram capazes de discernir entre notícias de saúde abertamente falsas e verdadeiras ou ligeiramente alteradas com elementos de edição. “Confiar nas mensagens requer a identificação de conteúdo falso versus verdadeiro”, afirmou Masaryk.

No caso de mensagens de saúde que pareciam plausíveis e razoáveis, no entanto, os adolescentes não conseguiram distinguir entre as neutras verdadeiras e as com elementos editoriais. Assim, a pesquisa concluiu que além de uma melhor instrução para identificar dicas de edição que revelam a qualidade de uma informação, esse público tem a necessidade de ser alfabetizado em saúde para o desenvolvimento de habilidades como pensamento analítico e raciocínio científico. “Ajudam a distinguir as verdadeiras mensagens de saúde”, finalizou Masaryk.

 

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