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Ansiedade e orçamento: pesquisa mostra o que prejudica sono do brasileiro

Estudo realizado em 17 países com 36.000 pessoas mostrou que 40% dos entrevistados têm apenas uma a três boas noites de sono por semana

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 Maio 2024, 12h22 - Publicado em 15 mar 2024, 19h40
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  • Como têm sido suas noites de sono? Para quatro em cada dez pessoas, o repouso reparador não acontece em mais de três noites por semana, segundo uma pesquisa com 17 países, incluindo o Brasil, divulgada nesta sexta-feira, 15, quando é celebrado o Dia Mundial do Sono. Entre os brasileiros, ansiedade e questões financeiras são os principais motivos para noites mal dormidas.

    O levantamento foi realizado pela ResMed, empresa de saúde digital e dispositivos médicos para atendimento de pessoas com distúrbios do sono e doenças crônicas, com 36.000 pessoas de países como Austrália, Brasil, França, Alemanha, Índia, Japão, Coreia do Sul, México, Nova Zelândia, Tailândia, Reino Unido e Estados Unidos entre dezembro de 2023 e janeiro deste ano.

    Segundo o estudo, 40% dos entrevistados têm apenas uma a três boas noites de sono por semana e acabam impactados por isso ao longo do dia. Eles relataram problemas como sonolência excessiva durante o dia (50%), sentimentos negativos pela manhã (40%) e irritabilidade (39%).

    “Com o sono sendo o terceiro pilar da saúde, ao lado da dieta e dos exercícios, priorizar o sono é uma das maneiras mais eficazes de melhorar sua saúde geral”, afirma Carlos Nunez, diretor médico da ResMed.

    Em geral, ansiedade (36%), insônia (25%), dificuldades respiratórias (15%) e obesidade (13%) foram os principais motivos apresentados para as noites mal dormidas. No Brasil, a ansiedade também aparece em primeiro lugar, com índice de 60%, mas o orçamento, com as pressões financeiras, vêm em segundo (39%).

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    Os brasileiros até se preocupam com as dificuldades do sono, de modo que 38% afirmaram que já consultaram médicos, mas apenas 10% foram submetidos a testes e receberam algum tipo de diagnóstico.

    Sono prejudicado

    Apesar de ser reconhecido como um hábito essencial para uma vida saudável, inclusive com inclusão nas métricas da Associação Americana do Coração para preservar a saúde cardiovascular, a qualidade de sono mundial pode ser considerada baixa. De acordo com a pesquisa, somente 13% dos entrevistaram afirmaram que dormem bem todas as noites.

    O comportamento antes de ir para a cama parece indicar agravantes para o problema: mais da metade dos participantes declarou que se expõe a telas, dos quais 53% ficam nas redes sociais, 44% assistem TV e 31% acompanham as notícias. A recomendação é de que adultos durmam sete a nove horas, mas a média global foi de seis a oito horas — 35% dormem menos que seis horas –.

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    “Estamos vivendo uma epidemia de falta de sono. O sono passou a ser segundo plano para muitas pessoas. Há sempre convites para ficarmos acordados até tarde: esportes, filmes on-demand, mercados 24h, as cidades estão mais iluminadas”, diz o otorrinolaringologista Danilo Anunciatto Sguillar, secretário do Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). “Em curto prazo, a falta de sono gera déficit de atenção, alterações de humor e memória e em longo prazo, podem ocorrer alterações metabólicas, ganho de peso e até distúrbios cardiovasculares”, alerta.

    A pesquisa também avaliou os impactos dos dispositivos para monitorar  o sono. Com base nos dados fornecidos pelos aparelhos, 31% disseram que trocam de roupa para dormir, 30% praticam meditação ou exercícios de respiração e 29% evitam cafeína.

    Como dormir melhor?

    De acordo com Sguillar, é preciso adotar hábitos relaxantes antes de dormir, como ler, meditar, rezar e praticar yoga.

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    “Durma sempre no mesmo horário, porque é importante que o organismo crie uma rotina de sono, e desligue celulares, tablets e computadores pelo menos uma hora de se deitar. A luz azul estimula o sistema nervoso central”, explica.

    Em relação à escolha do colchão, o Instituto Nacional de Estudos do Repouso (Iner) desenvolveu uma tabela de biotipo que calcula peso e altura para definir a densidade de espuma ideal para cada pessoa.

    “Não existe colchão ideal, mas recomendações. É preciso analisar se a pessoa se movimenta muito ou se permanece mais quieta. Para uma pessoa que se mexe muito, os colchões de mola vão ajudar nessa movimentação. Em um colchão de espuma, pode acordar mais cansada”, diz Débora Fernandes, diretora executiva do Iner. “Eles precisam ter também a densidade adequada para o seu biotipo.”

    Tabela mostra densidade adequada para cada biotipo
    Tabela mostra densidade adequada para cada biotipo (Iner/Reprodução)
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