Âncora de telejornal sofre AVC ao vivo – saiba como identificar
Julie Chin teve dificuldades de fala, mas dor de cabeça, perda de equilíbrio e alterações na visão e na face também podem indicar um derrame cerebral
Julie Chin, âncora de um telejornal da TV KJRH, afiliada da NBS em Oklahoma, nos Estados Unidos, estava noticiando um evento local relacionado ao lançamento do foguete Artemis I no último fim de semana quando, de repente, começou a lutar para falar. “Sinto muito”, disse ela, após tropeçar nas palavras. “Algo está acontecendo comigo esta manhã, e peço desculpas a todos”. Na verdade, ela teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ao vivo.
Felizmente, seus colegas de trabalho reconheceram que Chin estava sofrendo uma emergência médica e imediatamente ligaram para o 911. Ações rápidas que acabaram sendo cruciais. “Se você estava me assistindo no sábado de manhã, sabe o quão desesperadamente eu tentei levar a notícia adiante”, disse Julie em um post no Facebook. “Mas as palavras simplesmente não saíam”.
A cada ano, mais de 795.000 pessoas tem um derrame nos Estados Unidos, o que significa que a cada 40 segundos, alguém sofre um AVC e a cada 3 minutos e meio, alguém morre pela condição, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Os derrames são mais proeminentes entre pessoas com 65 anos ou mais, mas pelo menos 38% das pessoas são mais jovens.
Durante a transmissão ao vivo. Julie ainda tentou cortar sua imagem para o meteorologista do telejornal, enquanto experimentava uma súbita perda parcial de visão e dormência em seu braço e mão – dois sintomas-chave de um acidente vascular cerebral. Antes do telejornal entrar no ar, ela disse que estava se sentindo “ótima”.
“Ela pode ter sofrido um ataque isquêmico transitório (TIA), que pode imitar um derrame. É quando fluxo sanguíneo é restabelecido para o cérebro mais rapidamente, muitas vezes evitando o tipo de lesão cerebral que pode ocorrer em um AVC”, disse Neil Schwartz, diretor do Young Stroke Program, no Stanford Stroke Center. “Consideramos TIA uma emergência médica, assim como faríamos em um acidente vascular cerebral. Isso dá aos médicos a possibilidade de intervir antes que alguém realmente desenvolva um derrame”, completou.
De acordo com Schwartz, há uma janela de tempo rígida para certos tratamentos. “Quando as pessoas têm sintomas de derrame, não queremos que voltem a dormir ou esperem até segunda-feira para contar ao médico. É melhor errar pelo lado da cautela”.
Os sintomas de um acidente vascular cerebral podem incluir dificuldade para falar, dor de cabeça ou até mesmo problemas de equilíbrio. Se o rosto de uma pessoa começa a cair e ela não consegue sorrir ou levantar os braços, deve-se procurar atendimento médico imediatamente. Os especialistas costumam usar o acrônimo “BEFAST” para lembrar as pessoas de quais sintomas se atentar: perda de equilíbrio, alterações na visão, queda facial, fraqueza nos braços e fala arrastada.
Julie não é a primeira pessoa a sentir sintomas de derrame na televisão. Em 2011, Serene Branson, repórter da CBS de Los Angeles, começou a enrolar palavras e se esforçar para falar. Acabou sendo diagnosticada com uma enxaqueca com aura – alteração da visão que leva ao aparecimento de pequenos pontos luminosos ou embaçamento dos limites do campo de visão, que pode durar de 15 a 60 minutos, e é seguida por uma dor de cabeça muito forte e constante – o que também pode antever e se apresentar como um derrame.
A KJRH disse em comunicado que vários telespectadores ligaram e enviaram e-mails para checar o estado de saúde de Julie. “Desejamos a ela o melhor em seu caminho para a recuperação e o merecido descanso”, afirmou a estação de TV norte-americana
Julie contou que passaria por testes para tentar obter mais respostas, mas estava ansiosa para retornar à bancada do jornal. “Em alguns dias, estarei de volta à mesa compartilhando histórias com a comunidade que amo”, disse. “Obrigada a todos por me amarem e me apoiarem tão bem”.