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Ameba ‘comedora de cérebro’ já matou quase 200 pessoas no mundo

Especialistas indicam que a contaminação é mais comum em crianças e jovens que participam de atividades em rios, lagos e fontes termais

Por Da Redação
Atualizado em 5 out 2018, 00h48 - Publicado em 4 out 2018, 18h34
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  • Recentemente, um homem americano de 29 anos faleceu em decorrência de uma infecção no cérebro causada por um micro-organismo raro, a Naegleria fowleri, conhecida como ameba “comedora de cérebro”. O caso chamou a atenção do mundo. Apesar de raro, o parasita é mortal: em todo o mundo, foram registrados cerca de 200 casos nos quais, a grande maioria dos pacientes, não apresentou resposta ao tratamento. Somente nos Estados Unidos, das 143 pessoas infectadas entre 1962 e 2017, apenas quatro sobreviveram, segundo informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês). 

    De acordo com a rede americana CBS News, Fabrizio Stabile, a vítima de 29 anos, contraiu o parasita durante uma visita a um resort de surfe no centro do Texas. O estabelecimento está fechado até que os resultados dos testes para detecção da ameba sejam liberados.

    No início do ano, um garoto argentino de 8 anos morreu uma semana depois de apresentar os sintomas iniciais da infecção pela N. fowleri. Na América do Sul, além da Argentina (com um caso), a Venezuela foi o único país a registrar casos da infecção (2) em humanos. No Brasil, é possível encontrar o parasita, mas até agora nenhum caso foi registrado em pessoas; em 2009, um bezerro morreu na Paraíba por causada da ameba.

    Especialistas indicam que a infecção é mais comum em crianças e jovens, uma vez que estes grupos estão mais propensos a participarem de atividades em locais de risco. 

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    Contaminação

    N. fowleri faz parte de um grupo chamado amebas de vida livre. É comumente encontrada em água morna e fresca, como lagos, rios e fontes termais. Isso acontece porque ela cresce melhor em temperaturas de até 46ºC, podendo sobreviver por períodos curtos em valores mais altos.

    O micro-organismo entra no corpo através do nariz. A infecção pode levar a uma condição chamada meningoencefalite amebiana primária, que afeta o sistema nervoso central, levando a hemorragias e edemas quase sempre fatais. Por isso, as pessoas devem estar cientes do perigo — ainda que baixo — de adquirir o parasita ao frequentarem locais de risco. 

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    Para reduz a probabilidade de contaminação, é recomendado tampar o nariz com a mão ou usar grampos nasais ao entrar em lagos, rios e fontes termais, possíveis habitats da ameba. Surpreendentemente, se a água for engolida, o indivíduo não se infecta. Além disso, a ameba não é transmitida de pessoa para pessoa. 

    Sintomas

    Os sintomas comuns da infecção por N. fowleri incluem dor de cabeça frontal grave, febre, náusea e vômito, que surgem alguns dias depois da exposição à água contaminada. Sinais posteriores, como rigidez no pescoço, convulsões, estado mental alterado, alucinações e coma, também se manifestam. A morte ocorre entre o primeiro e o 18º dia após a manifestação dos sintomas.

    Qualquer pessoa que perceba indícios da infecção — especialmente se nadou em água morna e fresca — deve procurar atendimento médico imediatamente. Os quatro sobreviventes americanos receberam diagnóstico precoce (no estágio inicial), o que não acontece com frequência. Além disso, substâncias experimentais têm mostrado resultados promissores no controle da infecção, mas somente em estudos laboratoriais. 

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