Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

A medida drástica do Reino Unido para diminuir a obesidade infantil

País aumentou os impostos sobre os refrigerantes. A decisão reduziu em 8% a obesidade em meninas entre 10 e 11 anos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 jan 2023, 15h47 - Publicado em 26 jan 2023, 15h47
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Reajuste do imposto significaria alta de até R$ 400 milhões nas receitas até o fim de 2014
    REFIRGERANTES: A taxação de bebidas açucaradas é recomendada pela OMS como medida de redução da obesidade infantil (Thinkstock/VEJA)

    A implementação de impostos da indústria de refrigerantes no Reino Unido está associada a diminuição de 8% na obesidade entre meninas de 10 a 11 anos, com as maiores reduções observadas nas que vivem em áreas carentes, de acordo com um novo estudo publicado na PLOS Medicine por Nina Rogers, da Escola de Medicina Clínica da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e colegas.

    As taxas de obesidade infantil na Inglaterra aumentaram nas últimas décadas, com cerca de 10% das crianças de 4 a 5 anos e 20% das de 10 a 11 anos vivendo sob essa condição em 2020. Há evidências de que o consumo de bebidas adoçadas com açúcar aumenta a risco de obesidade e outras doenças graves. Em abril de 2018, o imposto sobre a indústria de refrigerantes do Reino Unido (SDIL) entrou em vigor para incentivar os fabricantes a reduzirem o teor de açúcar das bebidas.

    No novo estudo, os pesquisadores usaram dados transversais repetidos anualmente em mais de um milhão de crianças em escolas primárias inglesas mantidas pelo estado. Estudantes de 4 a 5 anos e de 10 a 11 anos foram acompanhados entre setembro de 2013 e novembro de 2019. Foram comparados os níveis de obesidade 19 meses após a aplicação dos impostos com os níveis de obesidade previstos se não houvesse a taxação, controlando o sexo de cada criança e o nível de privação na área escolar.

    Em meninas de 10 e 11 anos, houve redução de 8% nas taxas de obesidade. As maiores reduções foram em meninas de locais mais carentes. Em meninos de 10 a 11 anos, não houve mudança geral nas taxas de obesidade e nenhum padrão óbvio de mudanças em relação à privação, embora tenha havido um aumento na taxa de obesidade em locais privados.

    “O estudo é extremamente relevante, pois mostra eficácia de uma medida de prevenção da obesidade populacional. Pela característica multifatorial da obesidade, não deve se esperar que uma única medida seja capaz de frear o crescimento do problema em todas as idades e em qualquer população”, explica Maria Edna de Melo, diretora do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). “A Organização Mundial da Saúde recomenda, atualmente, quatro medidas para diminuir a obesidade infantil: proibição da publicidade infantil de alimentos, implementação de rotulagem frontal de alimentos, regulamentação de alimentação escolar e taxação de bebidas açucaradas”, completa.

    Continua após a publicidade

    Existe, por outro lado, um questionamento sobre este tipo de medida. “Algumas pessoas não concordam, justificando que o estado não deve ter uma postura paternalista e as pessoas são livres para fazer suas escolhas, mas na verdade nosso livre arbítrio na seleção de alimentos é confiscado pelas características dos produtos não saudáveis, particularmente os ultraprocessados, que possuem um marketing agressivo, desenvolvido considerando o nosso funcionamento biológico”, alerta Maria Edna.

    Ainda segundo a diretora da SBEM “as pessoas são heterogêneas também no comportamento, que é resultado da interação biologia-ambiente. Assim, temos muita gente que consegue vencer as barreiras e ter uma alimentação saudável, mas entre a população geral isso é exceção.”

     

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.