Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

56% dos brasileiros nunca buscaram profissionais para lidar com ansiedade

Segunda edição de mapeamento sobre saúde mental no país mostra que índice chega a 65% entre homens; situação financeira é maior preocupação

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 jun 2024, 19h43
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Brasil figura entre os países mais ansiosos do mundo, chegando a liderar o ranking no ano passado, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar disso, uma expressiva parcela da população não busca suporte para a saúde mental. De acordo com a segunda edição do “Panorama da Saúde Mental”, realizado pelo Instituto Cactus e AtlasIntel, 56% dos brasileiros afirmaram nunca ter procurado um profissional da saúde para lidar com transtornos de ansiedade. Entre homens, a situação é pior e o índice chega a 65%.

    Os dados foram coletados no segundo semestre do ano passado por meio de um questionário on-line feito com 3.266 pessoas com mais de 16 anos de diferentes regiões do país.

    No questionário, foram feitas perguntas sobre sentimentos e pensamentos dos participantes, como o interesse ou prazer em realizar atividades, se tinham dificuldades para dormir, sensação de cansaço, dificuldade de concentração, lentidão, agitação, falta de apetite ou se estavam comendo em excesso. Uma escala de frequência ajudava a medir como esses eventos estavam impactando a rotina dos entrevistados.

    O relatório com a análise dos dados mostra quão ansiosos são os brasileiros e também os efeitos desse problema de saúde mental: 73% dos entrevistados se preocupam com assuntos diversos, dos quais 30% afirmaram que se preocupam quase diariamente. Ainda de acordo com os resultados, 68% disseram que se sentem nervosos, ansiosos ou muito tensos e 64% reportaram dificuldade para relaxar (cerca de um quarto reportou se sentir assim quase todos os dias).

    “O índice possibilita um acompanhamento sistemático e global da saúde mental da população brasileira, informando aos tomadores de decisão e à sociedade como um todo sobre um assunto crucial, estigmatizado e ainda tão pouco abordado nos espaços público e privado”, diz, em nota, Maria Fernanda Resende Quartiero, diretora-presidente do Instituto Cactus.

    Continua após a publicidade

    Além da ansiedade, apareceu a principal preocupação da população: 82% afirmaram que é a situação financeira. A consequência disso são problemas na hora de dormir. Segundo o levantamento, 56% perdem o sono por causa das preocupações, 71% dormem menos de 6 horas ao menos uma noite e 16% usam medicamentos para dormir com prescrição médica.

    Para a pesquisa, foi calculado ainda o Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM), que determina o estado geral da saúde mental da população brasileira.

    De uma escala de 0 a 1.000, o ICASM brasileiro foi de 640 em uma avaliação que considerou três dimensões consideradas em pesquisas de saúde mental em nível global: confiança, vitalidade e foco.

    Continua após a publicidade

    Ajuda para lidar com ansiedade

    O índice de brasileiros que nunca buscaram um especialista para lidar com a ansiedade foi de 55,8% com percentual de 65,4% de homens. “Ainda que pesquisas mostrem que homens são menos afetados por transtornos mentais que as mulheres, não podemos ignorar como as convenções sociais ainda tratam as queixas relacionadas a saúde mental como algo inversamente proporcional a masculinidade, o que pode contribuir para que menos homens procurem ajuda”, conclui o relatório.

    Psicólogo clínico e neurocientista, Julio Peres diz que os transtornos de ansiedade estão aumentando, principalmente nos centros urbanos, e que são condições que precisam de acompanhamento especializado, tanto em mulheres quanto em homens.

    “Ansiedade em uma palavra é medo e, dificilmente, os homens assumem seus medos. Há facetas da ansiedade, como o transtorno do estresse pós-traumático, do pânico e fobias específicas, e, caso não sejam cuidadas ou tratadas, podem se tornar crônicas e evoluir para doenças psiquiátricas. É um tema fundamental para a vida e para a qualidade da existência”, alerta.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.