– Perseguir a estabilidade do sono
Portador de narcolepsia, um distúrbio que desregula o ritmo do sono, o jornalista britânico Henry Nicholls passou os últimos anos pesquisando formas de dormir melhor. Em seu livro Sleepyhead: The Neuroscience of a Good Night’s Rest (Sonolento: a Neurociência de uma Boa Noite de Descanso), ele propõe novos hábitos a quem sofre para dormir. O primeiro deles é estimular a estabilidade, o que Nicholls considera o traço fundamental de um sono restaurador. Para alcançá-la, é preciso treinar o cérebro para dormir e acordar diariamente nos mesmos horários, inclusive nos fins de semana.
– Derrubar o mito das oito horas
É ponto pacífico na medicina que dormir oito horas diárias é fundamental para uma vida saudável. Mas, ao participar de sessões de terapia cognitiva e entrevistar neurologistas, Nicholls descobriu que esse parâmetro pode ser um impeditivo para combater a insônia. A necessidade de sono varia entre os indivíduos, e perseguir uma meta traz ainda mais ansiedade ao insone. Contra isso, ele sugere que cada um investigue sua necessidade de sono anotando diariamente, ao longo de duas semanas, sua duração média.
– Usar a cama somente para dormir
O móvel deve ser, necessariamente, associado ao sono. Permanecer na cama lendo, assistindo à TV ou usando o celular pode ter efeito sonífero em quem não tem problemas para dormir. Mas causa ainda mais ansiedade nos insones. A sugestão é tolerar no máximo até quinze minutos na cama sem dormir.
– Priorizar a luz natural
Nicholls cita o trabalho de três cientistas americanos laureados com o Nobel em 2017 para explicar a importância da exposição do corpo à luz natural ao nascer e ao pôr do sol. A pesquisa disseca a sincronia entre o corpo humano e a luminosidade solar e mostra que a luz artificial atrapalha o sono por confundir o cérebro, enquanto a exposição à luz natural ajuda a regulá-lo.
Publicado em VEJA de 9 de janeiro de 2019, edição nº 2616