Em 1959, a americana Kathy Whitworth quase desistiu de sua paixão, o golfe, depois de uma temporada de estreia desastrosa. Não fossem a obstinação e a atração que sentia pelo esporte — ela chegou a dizer que o jogo a agarrara pelo pescoço —, não teria superado a primeira etapa de uma carreira que acabou por se mostrar brilhante. A golfista impressionava por sua habilidade com os tacos e desenvoltura nos campos onde poucas mulheres brilhavam. As sucessivas vitórias a levaram a alcançar o posto de maior campeã em circuitos profissionais da história, somando 88 vitórias e 93 vice-campeonatos, segundo a Associação Profissional de Golfe Feminino. Kathy superou, inclusive, o astro Tiger Woods, o americano que se tornou símbolo do esporte, hoje empatado no segundo lugar com Sam Snead. Ambos colecionam 82 títulos. A jogadora morreu de forma repentina, aos 83 anos, enquanto comemorava a véspera de Natal, sábado, 24, com familiares e amigos nos Estados Unidos, onde morava.
Sotaque britânico
Mais inglês, impossível. Stephen Greif, célebre ator britânico, nasceu em 1944 em um edifício que pertenceu a Ana Bolena (1501-1536), segunda esposa do rei Henrique VIII (1491-1547), e se graduou na Royal Academy of Dramatic Art, uma das mais tradicionais instituições de formação artística do país. O artista brilhou no teatro e na televisão, onde participou de muitas atrações populares. Entre as de maior destaque estão Blake’s 7, de 1978, e The Crown, série da Netflix sobre a família real britânica considerada um dos maiores sucessos da plataforma. Ele estrelou a quarta temporada interpretando Bernard Weatherill (1920-2007), presidente da Câmara dos Comuns entre 1983 e 1992. Sua morte foi anunciada na segunda-feira 26. Greif tinha 78 anos.
Mágica com a bola
Ele tinha origem irlandesa e jogava futebol como poucos sul-americanos de sua geração. Fabián O’Neill, o ex-meio-campista uruguaio a quem o ex-jogador francês Zinédine Zidane um dia considerou o jogador mais talentoso que havia visto em campo, não era chamado de “El Mago” à toa. Seus pés pareciam fazer mágica com a bola, honrando a melhor tradição da camisa celeste. O’Neill passou por importantes times italianos, como o Juventus, onde foi companheiro da ex-estrela francesa, e defendeu a seleção de seu país em dezenove partidas. Morreu aos 49 anos, no domingo 25, em Montevidéu, depois de uma hemorragia abdominal causada por uma cirrose crônica resultante de alcoolismo.
Publicado em VEJA de 4 de janeiro de 2023, edição nº 2822