Morreram
Russ Solomon, empresário californiano. Fundou a Tower Records, que por mais de quatro décadas ajudou a consolidar o mercado musical dos Estados Unidos. Numa época pré-streaming e downloads, a Tower era a principal referência de novidades musicais. Nos anos 70, período áureo da indústria fonográfica, era comum deparar com astros como Elton John flanando pelos corredores das lojas. A rede chegou a ter 200 unidades em quinze países. Dia 4, aos 92 anos, vítima de um infarto enquanto assistia ao Oscar, em Sacramento, na Califórnia.
Roger Bannister, atleta inglês. Foi o primeiro homem a correr 1 milha (1 600 metros) abaixo de quatro minutos. Ele realizou o trajeto em 3min59s4. O feito, alcançado em 6 de maio de 1954, tornou-se um marco histórico, apesar de a modalidade não ser disputada em Olimpíada. O recorde de Bannister foi celebrado com entusiasmo em todo o mundo, como símbolo do fascínio do ser humano pela superação de metas aparentemente intransponíveis. Depois de vencer o desafio, Bannister se aposentou das pistas, aos 25 anos, para se dedicar à medicina — era neurologista. Dia 3, aos 89 anos, de causas não reveladas, em Oxford, no Reino Unido.
Davide Astori, jogador de futebol italiano, ídolo da Fiorentina, na qual era zagueiro e capitão. Foi convocado catorze vezes para representar a Azzurra, a seleção da Itália. O atleta foi encontrado morto no hotel em que estava concentrado com a delegação do seu time, que enfrentaria a Udinese. Deixou uma filha de 2 anos. Dia 4, aos 31 anos, de parada cardiorrespiratória, em Udine, na Itália.
Victor Heringer, escritor carioca. Com Glória, romance em torno de três irmãos depois da morte do pai, ganhou o Prêmio Jabuti. Seu último trabalho foi O Amor dos Homens Avulsos. Tinha apenas 29 anos. Dia 7, no Rio, de causas desconhecidas.
Reynaldo Bignone, o último presidente do ciclo militar da Argentina, que durou de 1976 a 1983, período conhecido como o da “Guerra Suja” — estima-se que 30 000 pessoas tenham sido assassinadas ou declaradas “desaparecidas” pelo regime durante esses sete anos. Bignone cumpria pena de prisão perpétua, decretada em 2011, por crimes contra a humanidade. Dia 7, aos 90 anos, em Buenos Aires, de causas não reveladas.
Publicado em VEJA de 14 de março de 2018, edição nº 2573