– Argentina
O peso se desvalorizou em mais de 50% no ano devido à subida da inflação e à desconfiança de que o país poderá dar um calote em sua dívida. Com reservas internacionais baixas, o governo pediu adiantamento de 50 bilhões de dólares ao FMI e elevou a taxa de juros a 60% ao ano, a maior do mundo.
– Turquia
Sob o governo autocrata de Recep Erdogan, o país já havia tido seu aço e alumínio sobretaxados pelos Estados Unidos em março. Agora, em agosto, teve os produtos encarecidos por novas tarifas como resultado de sanção imposta pelo governo Trump à prisão do pastor americano Andrew Brunson, acusado por Erdogan de terrorismo. A desvalorização da lira chegou a 41%.
– África do Sul
A crise cambial turca afetou as moedas emergentes e ajudou a empurrar o rand sul-africano para baixo, mas outras razões explicam a depreciação superior a 17% no ano da moeda: a renúncia de Jacob Zuma, em fevereiro, o índice de desemprego de 27% e a retração do PIB em 0,7% no segundo trimestre.
– Indonésia
A crise dos emergentes derrubou a rupia em 9% no ano, levando-a a seu menor valor diante do dólar em duas décadas. A volatilidade é resultado do fraco desempenho comercial do país e de sua dívida externa, de 35% do PIB, a maior entre os asiáticos.
– Índia
O receio de uma guerra comercial do país com os Estados Unidos, seu principal comprador, levou a rupia indiana à menor taxa já registrada, apesar de a economia crescer a um índice anual de 8%. A elevação de barreiras comerciais imposta por Trump fez o déficit comercial da Índia chegar a 18 bilhões de dólares em julho.
Publicado em VEJA de 19 de setembro de 2018, edição nº 2600