Vereadores de oposição da Câmara Municipal do Rio de Janeiro conseguiram nesta sexta-feira, 13, as 17 assinaturas necessárias para a abertura de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar o prefeito carioca, Marcelo Crivella (PRB).
Uma das comissões pretende investigar o Sistema de Centrais de Regulação (Sisreg), que trata da organização da fila de pacientes para o acesso à rede pública de saúde. Os apoios foram colhidos pela bancada do PSOL. A CPI vai apurar Crivella favoreceu pastores e fiéis da Igreja Universal no acesso à rede pública de saúde.
O gabinete da vereadora Teresa Bergher (PSDB) informou também que ela também conseguiu as assinaturas necessárias para a criação da “CPI da Márcia”. A comissão investigaria fatos relacionados à assessora do prefeito que, segundo o próprio Marcelo Crivella, trataria do direcionamento de fiéis para o acesso à rede.
Os pedidos de investigação parlamentar na Câmara foram apresentados porque na semana passada, em reunião fechada no Palácio da Cidade, sede da prefeitura em Botafogo, o prefeito ofereceu vantagens a líderes evangélicos, entre as quais cirurgias grátis de catarata e varizes a fiéis, e facilidades à obtenção de isenção de IPTU a igrejas. A responsável indicada por Crivella para receber e encaminhar as demandas é a assessora Márcia da Rosa Pereira Nunes.
Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella também aventou a possibilidade de realizar pequenas obras públicas, como quebra-molas e pontos de ônibus, perto das igrejas. As ofertas de Crivella foram gravadas e reproduzidas pelo jornal O Globo. Na quinta-feira, 12, em sessão extraordinária convocada por causa da denúncia, a Câmara Municipal carioca rejeitou, por 29 votos a 16, duas propostas para iniciar processo de impeachment do prefeito.
O PSOL também trabalha para uma terceira CPI, que tratará da investigação da isenção do IPTU para as igrejas. A proposta tem 12 assinaturas no momento.