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TRE determina exclusão de vídeos de Marçal contra Boulos

Juíz apontou uma série de indícios de falsificação em suposto laudo toxicológico atribuído ao candidato do PSOL nas redes sociais do coach

Por Redação
Atualizado em 5 out 2024, 12h16 - Publicado em 5 out 2024, 11h51
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  • O juiz  Rodrigo Marzola Colombini concedeu, na manhã deste sábado, 5, uma liminar determinando a exclusão de vídeos publicados no Instagram, TikTok e Youtube referentes “a um documento falso divulgado pelo candidato Pablo Marçal“, informou a nota do TRE-SP. O documento em questão é o suposto laudo de um atendimento que teria acontecido em 2021 e atestaria o uso de cocaína de Guilherme Boulos (PSOL).

    Em nota, o magistrado apontou como plausível a alegação de que laudo teria sido falsificado, e apontou uma série de indícios que levaram à decisão. “Há plausibilidade nas alegações [dos autores da representação], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica em que foi gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que foram divulgados tais fatos, justamente na antevéspera do feito”, afirmou Colombini.

    A decisão foi tomada depois que Guilherme Boulos entrou com pedido de liminar pedindo a exclusão dos conteúdos das plataformas, a suspensão das redes sociais de Marçal e a proibição de criação de novos perfis até o fim das eleições municipais, além da aplicação de uma multa — mas apenas a exclusão do conteúdo relacionado ao laudo foi determinada, fornecendo a Marçal um prazo de dois dias para apresentar sua defesa.

    Além do pedido de liminar, Boulos também entrou com uma nota-crime pedindo a prisão de Marçal, além de medidas cautelares que incluem a apreensão e quebra de sigilo telefônico e telemático dos investigados no caso — mas a ação está sob segredo de justiça.

    Os indícios de falsificação 

    Nas redes sociais, o coach publicou a foto de um suposto laudo que indicaria que Boulos teve “quadro de surto psicótico grave” e resultado positivo para uso de cocaína em 2021. Em uma live nas redes sociais, Boulos afirmou que o documento é falso. Segundo o deputado, o sócio da clínica que teria emitido o documento, Luiz Teixeira da Silva Junior, é amigo e apoiador de Marçal, e aparece em fotos e vídeos ao lado do candidato do PRTB.

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    Além disso, o médico que assina o suposto laudo, José Roberto de Souza, faleceu e seu CRM está inativo desde 2022 “para que ninguém possa ser responsabilizado como médico”, apontou Boulos. Ao jornal O Globo, Iolanda Rodrigues, que foi secretária de José Roberto de Souza por mais de três décadas, disse que o médico nunca trabalhou na clínica em questão, e enviou certificados que apontam divergências na assinatura do médico.

    Boulos afirmou ainda que o número de seu RG está errado no documento publicado por Marçal, e compartilhou o print de uma foto ao lado do vereador Emerson Vitalino (PC do B) que foi originalmente publicada na data da suposta internação. “No dia seguinte ao dia que ele coloca no documento, tem fotos no meu Instagram [mostrando] que eu estava na comunidade do Vietnã [na Zona Sul de SP] fazendo distribuição de cesta básica”, disse o candidato do PSOL, publicando, em seguida, print das fotos com a data referida.

    Outro ponto que levanta suspeita em relação ao documento é o fato de que a concentração de cocaína apresentada no suposto laudo é exatamente a mesma da retratada na imagem de um exame que aparece em uma rápida pesquisa no google pelos termos “laudo toxicológico de cocaína”

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    Laudo toxicológico em debate

    Desde o primeiro debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo, Marçal vem sugerindo que Boulos é usuário de cocaína. Nesta quinta-feira, no último debate antes do primeiro turno, na Globo, Boulos mostrou um exame toxicológico que indica resultado negativo para a droga.

    “Hoje mais uma vez tentou me associar [ao uso de drogas] falando de biqueira”, disse o candidato do PSOL antes de mostrar o laudo médico, que foi imediatamente publicado nas redes sociais do candidato. Boulos recebeu um aviso do mediador, César Tralli, já que a exibição de documentos e panfletos era proibida no debate.

    Marçal havia dito que, no momento certo, mostraria provas sobre o uso de drogas do adversário. Uma delas seria um registro policial por posse de entorpecente ilícito e a outra uma internação no hospital do servidor. Boulos disse que foi internado aos 19 anos por conta de uma depressão e mostrou que o boletim de ocorrência era de uma pessoa homônima. Outro cidadão chamado Guilherme Boulos, que por coincidência, é candidato a vereador de São Paulo.

     

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