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Transporte, segurança e combate à fome: as escolhas no Rio para a campanha na TV

Paes citou seus feitos e levou a imagem de Lula, enquanto Ramagem citou Bolsonaro rapidamente; Tarcísio, com menos tempo, propôs mais restaurantes populares

Por Lucas Mathias Atualizado em 30 ago 2024, 15h32 - Publicado em 30 ago 2024, 15h28
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  • O primeiro dia de campanha eleitoral na TV, nesta sexta-feira, 30, deu mostras claras de quais serão as principais apostas dos candidatos à Prefeitura do Rio para melhorar sua posição na eleição deste ano. Líder isolado nas pesquisas, Eduardo Paes (PSD), que busca se manter no comando da capital fluminense, preferiu enumerar seus feitos nos últimos quatro anos, com ênfase no setor de transportes e na boa relação que tem com o governo federal. Já o candidato do PL, Alexandre Ramagem, optou por um discurso mais combativo, com grande ênfase no campo da segurança pública e em “colocar ordem” na cidade, com rápida citação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Já Tarcísio Motta, do PSOL, teve como fio condutor o combate à fome, nos seus pouco menos de 30 segundos disponíveis. 

    O trio hoje ocupa as primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto, embora Paes apareça com folga em primeiro e com chance de vencer ainda no primeiro turno. No levantamento mais recente, feito pela Quaest, o atual prefeito tem 60% das intenções de voto, ante 9% de Ramagem e 5% de Tarcísio. Naturalmente, portanto, tanto o nome do PL, quanto o psolista, buscam conquistar uma parcela de votos com críticas ao candidato do PSD. 

    Ramagem é quem tem mais conforto para enfrentar Paes de igual para igual, na campanha televisiva. Ambos têm à sua disposição praticamente o mesmo tempo para vender suas propostas ao eleitorado: cerca de três minutos e meio, graças a duas coligações poderosas. Tarcísio, por sua vez, terá que otimizar seus 27 segundos. 

    A escolha do prefeito foi por enumerar suas principais conquistas na gestão atual. No primeiro vídeo exibido, Paes exaltou ter recuperado os ônibus do BRT, a construção do Terminal Intermodal Gentileza e as obras feitas na Avenida Brasil. Também bateu muito na tecla dos avanços na saúde, com a construção dos Super Centros Cariocas de Saúde. A educação foi o terceiro tema de maior destaque no material, ao destacar a abertura de 25 mil novas vagas em creches, por exemplo. 

    A parceria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi citada. O chefe do Planalto aparece rapidamente ao lado do mandatário carioca, quando são ressaltados os investimentos federais angariados na articulação do prefeito. O vídeo termina com um jingle no ritmo de samba, depois de o prefeito prometer a continuidade de seus projetos prioritários na cidade. 

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    Prazer, sou Ramagem

    Em tom mais sombrio e tenso, o comercial feito pela campanha de Ramagem teve foco em críticas à atual gestão e na apresentação do candidato do PL, aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi citado apenas uma vez, e de maneira breve, o que pode ser um reflexo do dado apresentado pelas últimas pesquisas, de que o capitão conta com rejeição significativa em seu estado. A segurança pública, contudo, foi protagonista. 

    O fio condutor foi uma história contada por Ramagem sobre sua juventude. Ele narra que cresceu no Rio e, aos 20 anos, foi atingido por um tiro depois de reagir a um assalto, o que virou a chave de sua vida e o levou a cursar Direito, antes de entrar da Polícia Federal. Seu ainda amplo desconhecimento na população carioca é visto como um fio de esperança por sua campanha, na tentativa de reduzir a vantagem para o primeiro colocado. 

    A atuação de Ramagem na corporação, inclusive, foi destacada, antes de críticas aos “mesmos políticos de sempre”, ao se colocar como um “estrangeiro” na política contra a “malandragem”, à exemplo do que já fez Bolsonaro no passado. 

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    “Com o tempo, descobri que os piores bandidos usam terno e gravata. São os corruptos que roubam todos nós, o tempo todo, protegidos pelo poder político. Fui atrás deles e botei vários na cadeia. Cada vez que um cara desses era liberado, eu ficava indignado. Por isso que entrei na política e fui para Brasília, para denunciar toda essa vergonha”, afirma. 

    “Palavra de professor”

    Por ter menos tempo à disposição, Tarcísio teve de ser mais direto e objetivo, sem usar imagens de apoio, como fizeram Ramagem e Paes, mas com críticas veladas à atuação dos dois. Ele escolheu um assunto para abordar nos seus quase 30 segundos: “Maior orçamento da história da prefeitura, na segunda cidade mais rica do país, e meio milhão de pessoas passa fome todos os dias”, expôs o deputado federal, que é também professor, profissão que comumente é atrelada à sua imagem política. 

    Sem o apoio formal do presidente Lula, cujo partido oficialmente integra a coligação do atual prefeito, Tarcísio propôs ações para “complementar o Bolsa Família”, programa federal, “abrir 50 restaurantes populares e colocar na mesa dos cariocas comida mais barata, sem veneno, produzida pelo MST”. “Não é caô, nem fake news, é palavra de professor”, encerra. 

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