A cinco dias da votação da segunda denúncia criminal contra ele no plenário da Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB) exonerou oito ministros que são parlamentares licenciados, para que eles reassumam o mandato e reforcem a base aliada na decisão do próximo dia 25. As movimentações foram publicadas no Diário Oficial da União desta sexta-feira.
Deixam momentaneamente os cargos os seguintes ministros: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo/PSDB-BA), Mendonça Filho (Educação/DEM-PE), Bruno Araújo (Cidades/PSDB-PE), Leonardo Picciani (Esporte/PMDB-RJ), José Sarney Filho (Meio Ambiente/PV-MA), Ronaldo Nogueira (Trabalho/PTB-RS), Marx Beltrão (Turismo/PMDB-AL) e Maurício Quintella (Transportes/PR-AL).
Os oito auxiliares do presidente se juntam a Fernando Coelho Filho (PSB-PE), ministro de Minas e Energia, que já havia deixado o cargo na quarta-feira. Coelho Filho e o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE), voltaram à Câmara para tentar evitar a operação do comando do PSB contra o governo.
Ao final, Temer fez essas primeiras alterações à toa. Mesmo com a movimentação, que visava a enfraquecer a ala pernambucana dos socialistas, a legenda mudou de líder – Tereza Cristina (MS) por Júlio Delgado (MG) – e alterou seus representantes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), dando preferência aos que estavam dispostos a votar contra o relatório favorável ao governo.
Como não é titular e perderia a posição de qualquer forma com a volta de Bruno Araújo à Câmara, Raul Jungmann já reassumiu o Ministério da Defesa nesta sexta-feira. Em plenário, os oposicionistas precisam de 342 votos para dar prosseguimento à denúncia e autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a processar o presidente, acusado de formação de organização criminosa e obstrução de Justiça.