Pré-candidato do MDB ao governo paulista, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se reuniu nesta quinta-feira, 26, com o presidente Michel Temer (MDB) e cobrou apoio à sua candidatura. Skaf não gostou de saber que poderia ser excluído da disputa, caso prospere um acordo para reunificar o centro político.
Por essa proposta, seria negociada a composição de uma chapa à Presidência encabeçada pelo pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tendo como vice o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB). O eventual acerto passaria ainda pela disputa em São Paulo, que teria como candidato único o ex-prefeito João Doria (PSDB). Skaf disputaria uma vaga ao Senado.
“Segundo o presidente, para haver um entendimento do MDB com o PSDB no âmbito nacional, a contrapartida será São Paulo. A hipótese de o MDB apoiar o PSDB para presidente e também para governador não existe”, disse Skaf à reportagem.
Também participaram do encontro o senador Romero Jucá (RR), presidente do MDB, e o deputado Baleia Rossi (SP), líder da legenda na Câmara. Skaf disse ter recebido garantias de que sua pré-candidatura não será usada como moeda de troca em eventual acordo com os tucanos.
O mal-estar levou Temer a se posicionar publicamente, no início da tarde, em favor do candidato do seu partido, ao dizer que Skaf é um nome com chances na disputa pelo governo. “Ele é um candidato forte, está com bons dados na pesquisa”, declarou Temer, após cerimônia no Planalto, cerca de duas horas depois de ter se reunido com Skaf e ouvido as queixas. A mais recente pesquisa Ibope/TV Bandeirantes mostra Doria com 24% das intenções de voto, ante 19% do pré-candidato do MDB.
A possibilidade de um palanque unificado ganhou força após pesquisa Datafolha mostrar Temer estacionado com 1% das intenções de voto. O bom desempenho do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (PSB), que registrou até 10% na sondagem, também preocuparia tucanos e emedebistas. Eles temem que Barbosa ocupe o espaço do centro.