Em meio à enxurrada de aberturas de inquérito contra políticos e autoridades citados por delatores premiados da Operação Lava-Jato, sete delatores da Odebrecht narraram como a empreiteira pagou despesas de Lula. Eles citaram reformas num sítio em Atibaia (SP) usado como refúgio pelo petista, a aquisição de imóveis para seu uso pessoal e a instalação do Instituto Lula. Também mencionaram a contratação de palestras do ex-presidente. Todas essas iniciativas, declararam,” poderiam funcionar como retribuição a favorecimento da companhia”. As declarações foram dadas, entre outros, por Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar. O primeiro era amigo de Lula. O segundo, seu parceiro em viagens internacionais.
Segundo as investigadores da Lava Jato, o ex-presidente recebeu, apenas no caso relacionado ao tríplex no Guarujá, benesses de 3,7 milhões de reais “oriundas do caixa geral de propinas da OAS com o PT”. Entre outros casos, o petista é réu nem investigações sobre os nebulosos pagamentos por palestras, por meio da L.I.L.S. Palestras, Eventos e Participações. Dos cerca de 55 milhões de reais que o Instituto Lula e a L.I.L.S. receberam de empresas, por exemplo, mais de 30 milhões de reais foram repassados diretamente por empreiteiras enroladas com o escândalo na Petrobras.