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Servidores de órgão anticorrupção questionam convite a Serraglio

Em protesto, funcionários da Controladoria-Geral da União dizem que ex-ministro da Justiça é aliado de Cunha e foi citado em grampo da Operação Carne Fraca

Por Guilherme Venaglia
Atualizado em 29 Maio 2017, 19h07 - Publicado em 29 Maio 2017, 18h48
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  • Depois da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) declarar que vê “com preocupação” a transferência do ministro da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU), Torquato Jardim, para a pasta da Justiça, os servidores da antiga pasta de Torquato agora protestam contra quem vem pelo caminho inverso. Apesar do ex-titular da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), ainda não ter respondido se aceita ou não assumir o comando da CGU, os servidores do órgão – que tem como função primordial o combate à corrupção – recusam o nome do deputado licenciado e fizeram manifestação em frente ao órgão nesta segunda-feira.

    Segundo Rudnei Marques, presidente da Unacon Sindical, que representa os servidores da pasta, os funcionários não aceitarão Serraglio por dois motivos: ter sido mencionado em uma das gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca e sempre ter atuado como aliado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – veja vídeo abaixo.

    Há dois meses, com a deflagração da Carne Fraca, o ministro foi enfraquecido no comando da Justiça quando veio à tona uma gravação de um diálogo seu com o fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, então superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, para tratar sobre o possível fechamento de um frigorífico no estado. Naquele momento, o governo federal observou que a conversa não comprometeria Serraglio, que afirmou apenas ter ligado para Gonçalves Filho para averiguar o que estava ocorrendo.

     

     

    Essa é a segunda vez que os servidores protestam para se opôr à escolha de um ministro no governo de Michel Temer (PMDB). Em maio do ano passado, o então ministro Fabiano Silveira teve divulgadas gravações de conversas suas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em que critica o andamento da Operação Lava Jato. O escândalo tornou insustentável a permanência de Silveira, substituído na sequência por Torquato Jardim.

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    A Unacon Sindical já enviou uma nota de ofício ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), pedindo que o nome de Serraglio não seja considerado para o cargo. Rudnei Marques afirmou que o protesto iniciado nesta segunda-feira só será encerrado quando o parlamentar não estiver mais cotado para ocupar o posto. “A mobilização começa hoje e só se encerra quando tivermos certeza de que temos um cidadão de reputação ilibada para ficar à frente da CGU”, alegou.

    A categoria fará uma assembleia nesta terça-feira, às 10h, para decidir se fará uma paralisação geral contra a possível nomeação – por enquanto, os trabalhos seguem normalmente. Procurado por VEJA, o Palácio do Planalto disse que a ida de Serraglio para o Ministério da Transparência não pode ser confirmada, uma vez que ele foi convidado por Temer, mas ainda não respondeu se aceita o convite. A assessoria do ministro não foi encontrada para comentar o protesto.

    Rocha Loures

    O caso envolvendo a possível passagem de Serraglio para o Ministério da Transparência tem outro político no plano de fundo: o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial de Temer. Loures foi citado na delação premiada do empresário Joesley Batista como emissário do presidente, tendo recebido uma mala de 500 mil reais do grupo JBS em um restaurante de São Paulo.

    O parlamentar afastado é suplente de Serraglio e tomou posse quando este ascendeu para o Ministério da Justiça. Foi graças ao foro privilegiado obtido que Rocha Loures teve seu pedido de prisão indeferido pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Se Serraglio não for nomeado para a Transparência, o ex-assessor volta à suplência e pode ter o processo encaminhado à primeira instância.

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