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‘Sentimento de causa humanitária’, afirma prefeito de Anápolis

Roberto Naves disse a VEJA que chegou a sofrer 'pressão normal' de apoiadores contra vinda de brasileiros de Wuhan, mas frisa que operação é 'segura'

Por André Siqueira Atualizado em 6 fev 2020, 11h09 - Publicado em 6 fev 2020, 11h02
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  • O prefeito de Anápolis Roberto Naves (PP-GO) afirmou, nesta quinta-feira, 6, que a operação para buscar os brasileiros que estão em Wuhan, na China, epicentro da epidemia do coronavírus está sendo “segura e responsável”.

    Em entrevista a VEJA, Naves disse também que, no início do processo, sofreu uma “pressão normal” de apoiadores e seguidores que eram contra a vinda dos brasileiros que estão em Wuhan para Anápolis. “O cenário mudou quando eu e o governador (Ronaldo) Caiado fizemos uma coletiva explicando os detalhes da operação, quando frisamos que não haveria contato, que os brasileiros ficariam em quarentena juntamente com os médicos. Desde então, o que prevalece é o sentimento de causa humanitária, de que é necessário ajudar e prestar auxílio a todos.”

    O prefeito afirmou que o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, estará na cidade na sexta-feira 7 para vistoriar pessoalmente as instalações da Base Aérea da Aeronáutica e definir os próximos passos da força-tarefa.

    “A Base de Anápolis foi uma escolha do governo federal, que vistoriou o espaço, avaliou as condições com uma equipe técnica. Ela foi escolhida por sua estrutura, pela proximidade com o Hospital das Forças Armadas em Brasília. Em nenhum momento, tivemos a opção de dizer sim ou não, mas nos colocamos à disposição desde o início do processo”, disse Roberto Naves a VEJA.

    Naves esteve em Brasília com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), durante toda a quarta-feira, e se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro e com os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

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    Uma das preocupações externadas à equipe do governo federal foi o procedimento a ser adotado caso um dos brasileiros trazidos de Wuhan manifeste algum sintoma do coronavírus. Naves afirma que Bolsonaro e os ministros ressaltaram que os eventuais casos suspeitos serão diretamente transferidos para Brasília, sem contato com a população local. Os detalhes sobre o que será feito quando o avião chegar à Anápolis, no sábado, 8, como o traslado do grupo, serão decididos na reunião desta sexta-feira com o ministro da Defesa.

    “É sabido que a transmissão ocorre por gotículas, mas ter esses detalhes é importante inclusive para informar e tranquilizar a população. Um eventual caso suspeito não transitará por Anápolis”, destaca. O prefeito diz, também, que acredita que nenhum brasileiro com quadro suspeito será trazido da China, já que haverá uma “rigorosa avaliação” do estado de saúde dos integrantes do grupo que manifestaram o interesse em voltar ao Brasil.

    Questionado sobre o número exato de brasileiros que voltarão, Roberto Naves disse que não há uma definição até o momento. “A equipe médica avaliará os brasileiros e decidirá quais estão em condições de voltar”, resume.

    O prefeito afirma que não foi acertado nenhum repasse de verba do governo federal a Anápolis ou ao governo estadual, uma vez que o governo Bolsonaro afirma que arcará com todos os custos.

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