O senador Major Olimpio (PSL-SP) disse que não enxerga dificuldades para a aprovação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao posto de embaixador nos Estados Unidos. O líder do PSL no Senado também rebateu as críticas feitas ao presidente Jair Bolsonaro e afirmou que a indicação está dentro das prerrogativas do Executivo.
“Conversei com vários senadores desde a divulgação deste fato, e não vejo essa dificuldade [para a aprovação] ou um desejo por parte dos senadores de impor uma derrota ao governo. É mais um ‘mimimi’ dentro da área política”, disse Olimpio a VEJA.
Na avaliação do líder do PSL, a “discussão político-partidária” ocorre porque Eduardo Bolsonaro é filho do presidente da República. “A embaixada nos Estados Unidos é extremamente importante, isso é inegável, mas o posto está vago desde abril, e não senti, até agora, uma preocupação com a ausência de um titular”. O embaixador Sérgio Amaral foi retirado do posto em Washington no dia 10 de abril, por decisão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Questionado se a indicação configura prática de nepotismo, argumento utilizado por parlamentares contrários à conduta de Bolsonaro, Major Olimpio disse que “nas decisões sacramentadas pelo Supremo Tribunal Federal fica claro que, neste caso, não se trata de uma prática vedada pela lei do nepotismo”. “É como sempre digo: em uma livraria, sobre um mesmo tema, há autores que dizem que é possível se fazer algo, enquanto outros negam”, acrescentou.
O senador disse que não tem um cálculo de quantos votos favoráveis à indicação há na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, da qual faz parte, ou no plenário do Senado, mas disse que a oposição “faz chutes”. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na Casa, disse a VEJA que tem os 41 votos suficientes para impedir a nomeação.
Major Olimpio ainda classificou como “força de expressão” as falas de Eduardo Bolsonaro e seu pai, Jair Bolsonaro, sobre suas qualidades para assumir a embaixada brasileira. Na sexta-feira 12, o deputado federal se reuniu com o ministro Ernesto Araújo e afirmou que já fez intercâmbio e fritou hambúrguer “lá nos Estados Unidos”. “Às vezes usamos expressões um pouco mais fortes ou mais fracas para elogiar ou para desdenhar de uma situação, mas tenho certeza de que ele quis dizer que tem consciência de que sua responsabilidade à frente da embaixada será muito grande”, disse o senador governista.
O líder do PSL afirmou que não teve a oportunidade de conversar com Eduardo Bolsonaro, de quem é amigo pessoal, sobre a indicação à embaixada. “Vou desejar boa sorte, o papo é reto. Sinto perdê-lo na Câmara Federal e na presidência do PSL paulista, porque é um ente político, o deputado federal mais votado do país, mas é extremamente capacitado para isso”, disse.