O PSDB decidiu retirar, na tarde desta quinta-feira, o deputado federal Bonifácio de Andrada (MG) de uma das vagas do partido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na semana passada, Bonifácio foi escolhido pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), para ser o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) no colegiado.
A decisão do líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), implica na impossibilidade, ao menos momentaneamente, que Bonifácio de Andrada faça o parecer sobre a acusação feita contra Temer pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Agora, ele só conseguirá ser o relator se outro partido com direito a vaga na Comissão abrir espaço para que Andrada retorne.
Pelo regimento da Câmara, os líderes têm a prerrogativa de indicar qualquer parlamentar para compor uma comissão, mesmo que este não seja filiado a sua legenda. Se Bonifácio não conseguir retornar à CCJ, Rodrigo Pacheco terá que designar um novo relator. Apesar de ter pedido para que o parlamentar deixasse a relatoria da denúncia, o PSDB não deve puni-lo caso ele recorra a outra legenda para se manter à frente do caso.
O parlamentar mineiro estava se debruçando sobre a defesa de Michel Temer e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e tinha o prazo de cinco sessões para apresentar o relatório sobre a denúncia, que segundo os bastidores, tendia a ser pela rejeição da autorização para que o presidente fosse processado. O principal motivo para o PSDB preferir um relator que não fosse do partido para a denúncia era evitar que um parecer favorável a Temer fosse entendido como uma posição oficial do partido.