O PSDB deverá orientar a bancada do partido na Câmara dos Deputados a votar pela admissibilidade da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB). Há a expectativa de que o líder tucano na Casa, deputado Ricardo Tripoli (SP), formalize o posicionamento em breve.
Votar pela denúncia rachará a bancada tucana. O relatório favorável ao arquivamento da acusação, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, foi formulado justamente por um deputado do partido, Paulo Abi-Ackel (MG). Para a acusação seguir ao Supremo Tribunal Federal (STF), os tucanos terão de rejeitar o parecer apresentado pelo correligionário.
Temer vinha articulando nos bastidores para angariar o apoio do PSDB. No sábado, o presidente convidou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para um jantar no Palácio do Jaburu. Neves foi afastado da presidência do partido por conta do escândalo da JSB, mas passou a se movimentar nesta semana para recuperar o protagonismo que tinha anteriormente.
Para inflar o placar da votação, Temer exonerou dez ministros que também possuem mandato legislativo. Entre eles estão dois tucanos: o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy (PSDB-BA), e das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE).