O promotor Cláudio Calo, do Ministério Público do Rio de Janeiro, desistiu de conduzir a investigação relacionada ao senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ). Em nota, afirmou ter tomado a decisão “após profunda reflexão jurídica, em respeito à imagem do MPRJ e às investigações relativas aos relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)”. Como o site de VEJA revelou na tarde desta terça-feira, 5, a investigação que envolve o filho do presidente da República deverá ser conduzida pelo promotor Luís Otávio Lopes.
Em dezembro passado, Calo, em sua conta no Twitter, publicara que o documento do Coaf não indicava “necessariamente” um crime. Ele também curtira publicações de Flavio e de Jair Bolsonaro feitas na rede social. Na nota divulgada nesta terça pelo MPRJ, ele citou a repercussão que suas manifestações no Twitter tiveram na imprensa e disse ter considerado “oportuno” se afastar do caso “por questão de cunho pessoal”.
Titular da da 24ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), Calo, que assumira o caso nesta semana, revelou que continuará a conduzir outras investigações relacionadas a servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O relatório do Coaf apontou movimentações suspeitas na conta bancária de, entre outros, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj.
Luís Otávio Lopes, que deverá cuidar do caso, responde pela 25ª PIP, promotoria seguinte à de Calo. É, portanto, o que o MP chama de “tabelar”: cabe a ele herdar os casos deixados pelo colega. O procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, teria o direito de indicar um novo responsável, mas preferiu não intervir no caso.
O caso foi, esta semana, para a 24ª PIP por conta de uma questão administrativa – cabe a esta promotoria tratar de crimes contra a administração pública. Luiz Otávio Lopes responde pela 25ª PIP de forma cumulativa, a antiga titular foi promovida a procuradora e seu substituto ainda não foi definido.