Há poucos dias do primeiro turno das eleições, a Câmara de Vereadores de Manaus instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar contratos firmados entre o município e empresas ligadas a parentes de David Almeida (Avante), atual prefeito da capital amazonense.
Candidato à reeleição, Almeida é favorito na disputa, liderando as pesquisas de intenção de voto. Na mais recente, realizada pela Quaest, o prefeito aparece com 38%, 19 pontos percentuais à frente do segundo colocado.
Essa é a segunda CPI instalada pela Câmara de Vereadores que mira Davi Almeida. A primeira começou a funcionar em maio e teve como objeto apurar o suposto envolvimento de aliados do prefeito num esquema de compra de silêncio e simpatia de blogueiros e influenciadores digitais.
Na comissão instalada nesta semana, a Câmara vai se debruçar sobre todos os contratos firmados pela gestão de Almeida com prestadoras de serviços ligadas à família. A prefeitura gastou, por exemplo, R$ 2,4 milhões para contratar uma empresa que pertence a parentes do genro de Almeida, segundo os autores do requerimento.
A CPI também vai analisar contratos celebrados com companhias que têm a sogra e a noiva do prefeito como sócias. Embora algumas vezes sejam indiretas, essas relações de parentesco têm sido usadas pelos adversários de Almeida na campanha eleitoral.
CPI tem objetivos políticos, segundo o prefeito
O prefeito nega ter cometido qualquer irregularidade. Segundo ele, a movimentação dos vereadores às vésperas da eleição tem evidentes objetivos políticos. Sobre os contratos, por meio de uma nota, a prefeitura enfatizou que obedece aos princípios que regem a administração pública e que zela pelo pleno cumprimento de todos os contratos.
Batizada de “CPI dos Contratos”, a comissão será presidida pelo vereador Lissandro Breval (Progressistas), autor do requerimento que solicitou a investigação. O relator será o vereador Rodrigo Guedes (Progressistas). Além deles, a comissão será composta por Daniel Vasconcelos (Republicanos), Eduardo Alfaia (Avante) e Luís Mitoso (MDB).