O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defendeu nesta quarta-feira, 22, o decreto de armas publicado pelo governo Bolsonaro, que flexibilizou as regras sobre o uso de armas de fogo e munição no país. Em entrevista ao canal Globonews, Heleno comparou a posse de armas à de eletrodomésticos.
“É um direito do cidadão como qualquer outro, como uma geladeira, como uma televisão, como um aparelho de som. É de acordo com a sua possibilidade, mas todo cidadão passa a ter o direito de ter uma arma”, afirmou o general Heleno, em analogia semelhante à de outro integrante do governo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que em janeiro comparou o risco de uma criança ter contato com uma arma em casa ao de se machucar com um liquidificador.
O decreto foi assinado por Jair Bolsonaro no dia 7 e, entre outros pontos, facilitou o porte de armas (autorização para transportar a arma fora de casa) e aumentou o número de cartuchos que podem ser comprados. Nesta quarta-feira, 22, foram anunciadas mudanças no texto, como a proibição de o cidadão comum adquirir “armas portáteis”, como fuzis, após críticas e ações judiciais.
Em relação a isso, general Heleno elogiou a “flexibilidade” do presidente. “Ele fez um primeiro decreto, conversou muito com o ministro Sergio Moro. […] Depois, novos argumentos estão levando o governo a tirar alguma coisinha que podia parecer excesso, para não dar possibilidade para que isso se transforme em um problema, a ideia é fazer com que isso seja parte de uma solução”, explicou.
O ministro do GSI ainda ressaltou que a flexibilização das normas foi uma “promessa de campanha” de Bolsonaro. “Ele sempre me ressalta isso: ‘Boa parte dos meus eleitores se pautaram nisso para votar em mim, então eu não quero deixar de cumprir minha promessa de campanha’.”