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Porta-voz de Temer nega caráter eleitoral de intervenção no RJ

Governo reagiu à fala de Lula de que atuação na área de segurança é "pirotecnia" e visa apenas viabilizar candidatura de presidente nas eleições

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 13 mar 2018, 18h03 - Publicado em 21 fev 2018, 16h39
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  • Em uma resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Michel Temer (MDB) convocou o porta-voz, Alexandre Parola, para reforçar que a decisão da intervenção na área de segurança do Rio de Janeiro não teve viés eleitoral. “A agenda eleitoral não é, nem nunca o será, causa das ações do presidente. Assim o comprovam as reformas propostas na Ponte para o Futuro e que têm sido implementadas desde o primeiro dia da administração”, disse Parola.

    Em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, Lula afirmou que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro é uma “pirotecnia” criada pelo governo do presidente Michel Temer para tentar reelegê-lo e que o presidente estaria buscando uma nova bandeira, após as dificuldades de aprovar a previdência.

    “Acho que o Temer está encontrando um jeito de ser candidato à Presidência da República. E acho que ele achou que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante para ele pegar um nicho de eleitores do Bolsonaro”, afirmou Lula, que está na capital mineira para um evento de comemoração dos 38 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores.

    O porta-voz disse ainda que Temer “reitera que toda e qualquer decisão de governo é regida exclusivamente pelas reais necessidades de encontrar soluções para os problemas do povo brasileiro”. “O Presidente da República não se influenciou por nenhum outro fator, a não ser atender a uma demanda da sociedade. É essa a única lógica que motivou a intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro”, completou o porta-voz.

    Por fim, Parola destacou na mensagem que “o governo seguirá sua trajetória sem pautar-se pela busca do aplauso fácil, mas na rota firme das decisões corajosas que buscam enfrentar e resolver os dramas verdadeiros de nossa Nação, sem nenhuma significação eleitoral”.

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    Bronca

    Sem citar diretamente o nome do marqueteiro Elsinho Mouco, Parola destacou também os auxiliares do presidente não estão autorizados a falar em seu nome. “Assessores ou colaboradores que expressem ideias ou avaliações sobre essa matéria não falam, nem têm autorização para falar, em nome do Presidente”, afirmou.

    Ao jornal O Globo, Mouco disse que a intervenção no Rio poderia ajudar na imagem do presidente e alavancar a sua candidatura. O marqueteiro também afirmou que Temer já era candidato. Mais cedo, em nota, Elsinho tentou minimizar o peso de suas declarações ao jornal.

    “Nunca falei, não falo, nem tenho alçada para falar em nome do governo”, escreveu. “E se falasse em nome do governo, não exporia as minhas ideias a respeito dos assuntos perguntados, mas as do presidente. Que neste caso são diametralmente opostas às minhas”, completou.

    Na tentativa de mostrar que o presidente não estaria preocupado com a reeleição, Elsinho escreve ainda que “Temer nunca me autorizou a fazer qualquer movimento de natureza eleitoral. Mais do que isso, para minha frustração, já me proibiu de tocar nesse assunto com ele”.

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