O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quinta-feira, 5, que vai usar o sistema de reconhecimento facial para identificar os vândalos que depredaram a Assembleia Legislativa de São Paulo (SP) na última terça-feira.
A Alesp se tornou palco de um confronto entre a Tropa de Choque da Polícia Militar e alguns manifestantes que protestavam contra a previdência estadual, que acabou sendo aprovada em segundo turno no mesmo dia.
O presidente da Alesp, deputado Cauê Macris (PSDB), afirmou que a confusão foi causada por dezenove “black blocs” infiltrados entre os servidores estaduais. “Infelizmente, detectamos no meio dessas pessoas, que de maneira pacífica vieram fazer manifestação, seja contrária ou favorável ao projeto de lei, dezenove sujeitos chamados ‘black blocs’, que vieram unicamente com o intuito de quebrar tudo”, disse Macris.
O tucano saiu em defesa da Polícia Militar, que, segundo ele, “não agiu, mas reagiu a uma ação de depredação”. A PM usou bombas de gás, bala de borracha e spray de pimenta durante a confusão. Vidros, portas, cadeiras, lixeiras e estátuas foram quebradas pelos manifestantes.
A deputada estadual professora Bebel, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), criticou a ação da polícia, dizendo que a “repressão violenta” colocou em risco a vida de servidores. “É assim que os apoiadores de Doria agem contra trabalhadores da saúde e da educação”, disparou ela.
A tecnologia de reconhecimento facial começou a ser usada no fim de janeiro em São Paulo para identificar investigados pelas polícia. O sistema cruza informações obtidas do rosto dos alvos, como a distância entre os olhos e o tamanho do nariz, com o banco de imagens de documentos como RG e CNH.
O sistema é diferente do que foi implementado no carnaval de São Paulo, no qual câmeras inteligentes abastecidas com informações de foragidos da Justiça tentam achar os alvos em meio à multidão e em tempo real. Esta ferramenta busca coincidências entre as faces e produz uma lista de possíveis dez fugitivos. Cabe à polícia verificar se é realmente a pessoa certa. Até agora, ainda não foi registrado nenhuma prisão com a ajuda dessas câmeras, em São Paulo.