Acatando a recomendação da Comissão de Ética do PMDB, o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), decidiu expulsar da legenda a também senadora Kátia Abreu (TO). A ex-ministra da Agricultura no governo de Dilma Rousseff (PT), foi punida por suas críticas recorrentes à legenda e ao governo do presidente Michel Temer (PMDB).
Em nota publicada no site oficial da legenda, Jucá afirma que a decisão representa uma “nova fase de posicionamento do partido”. A decisão da Comissão de Ética foi unânime. A senadora estava afastada da cúpula do partido desde que se intensificaram as articulações pelo impeachment de Dilma, processo ao qual Kátia se opôs ostensivamente. Ministra entre 2015 e 2016, ela votou no Senado contra a cassação da petista.
Além dela, ao menos outros três senadores peemedebistas – Roberto Requião (PR), Eduardo Braga (AM) e Renan Calheiros (AL) – também têm posturas contrárias às propostas mais polêmicas do governo Temer, como as reformas trabalhista e da Previdência. Em agosto, por meio do seu perfil no Twitter, Kátia Abreu ironizou a motivação de Jucá em expulsar ela e Requião: “Vai pedir a nossa expulsão por falar a verdade? Ou por que não consegue explicar as malas de dinheiro? Está é a política brasileira. Estão cegos.”
A senadora, ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), pretende ser candidata ao governo do Tocantins em 2018. Pesquisa Ibope mostra que ela tem boas condições de enfrentar o atual governador, seu agora ex-correligionário Marcelo Miranda (PMDB). Segundo a coluna Radar On-Line, ao menos cinco partidos já teriam se oferecido para abrigar Kátia Abreu. A principal possibilidade seria o PSD, legenda que ela fundou em 2011 ao lado do ex-prefeito Gilberto Kassab e que já tem em suas fileiras o seu filho, o deputado federal Irajá Abreu (TO).