A decisão sobre o comando das comissões no Senado e na Câmara costuma levar em conta o critério de proporcionalidade, que dá prioridade na escolha aos partidos com as maiores bancadas na Casa. Apesar disso, no Senado, o bloco de oposição ao governo, formado por PL, PP, Novo e Republicanos, ficou de fora do rateio das comissões. A decisão foi uma retaliação ao fato de as legendas terem lançado uma candidatura de oposição à reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a presidência da Casa.
“Vinte e Três senadores do bloco foram alijados de um processo democrático. Entendo que isso faz parte do jogo político e que exista pressão do governo, mas nunca havia acontecido isso nesta Casa”, diz o senador Zequinha Marinho (PL-PA). “Agora vão tentar resolver a situação com um prêmio de consolação”, acrescentou.
O tal prêmio de consolação tende a ajudar na pacificação do ambiente interno da Casa. De perfil conciliador, Pacheco pode criar duas novas comissões. A ideia é desmembrar a Comissão de Educação, Cultura e Esporte, instalando um colegiado para discutir apenas a questão do esporte, que ficaria com o PL, a segunda maior bancada da Casa. A outra comissão a ser fatiada seria a de Relações Exteriores e Defesa Nacional. O Progressistas, à frente da sexta maior bancada, ficaria com a temática da Defesa.
Para que o cenário se concretize é preciso que Pacheco cumpra o rito regimental e leve o assunto para votação no Plenário do Senado.