A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta terça-feira, 19, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), pelos supostos desvios de salários de servidores “fantasmas” da Assembleia Legislativa do Estado desde 2006. Faria foi deputado estadual por seis mandatos e presidiu a Casa entre os anos de 2003 e 2010. As informações foram confirmadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque, como governador, Faria tem a prerrogativa de ser processado no âmbito daquela corte.
Faria foi delatado pela ex-procuradora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Rita das Mercês, que procurou o Ministério Público Federal (MPF) para fechar um acordo de delação premiada após ser apontada como a organizadora dos desvios na Casa. Rita foi presa durante a Operação Dama de Espadas, deflagrada no início de agosto para apurar o esquema.
Ao MPF, Rita afirmou que até 2010, quando deixou o cargo de presidente do Legislativo estadual, Faria “embolsava” R$ 100 mil mensais com o desvio de verbas públicas em suposto esquema de indicação de funcionários “fantasmas” na Casa.
Com base nas informações da ex-procuradora da Assembleia, a Polícia Federal (PF) deflagrou no dia 15 de agosto a Operação Anteros. Em uma ação controlada, a operação flagrou tratativas e pagamentos feitos pelo assessor de Robinson Faria, Adelson Freitas dos Reis, à ex-procuradora. O filho dela, Gustavo Villaroel, também confessou ter recebido pagamentos. Os valores, segundo Rita, seriam para comprar seu silêncio.
Defesa
“Conforme demonstram as interceptações telefônicas e ação controlada levada a efeito pela autoridade Policial Federal, o governador Robinson Mesquita de Faria associou-se a Magaly Cristina da Silva e Adelson Freitas dos Reis para o fim específico de praticar crimes de obstrução à investigação de organização criminosa”, relatou o MPF na denúncia.
Em nota, os advogados de Faria defenderam a “conduta ilibada” do governador. “A defesa do governador Robinson Faria, até o presente momento, não teve acesso à suposta denúncia. De qualquer modo, ratificamos a conduta ilibada do governador ao longo de sua vida pública”, afirmou no texto.
(Com Estadão Conteúdo)