Suspeito de integrar um esquema de corrupção que teria funcionado no Ministério da Educação no governo passado, o pastor e ex-assessor da pasta Odimar Barreto dos Santos voltou a circular por Brasília, agora como uma espécie de lobista, em busca de recursos para cidades da Baixada Santista, em São Paulo.
Santos é apontado como um dos responsáveis por articular um suposto gabinete paralelo que existiria no MEC na gestão do ex-ministro Milton Ribeiro. O escândalo veio à tona quando foi revelada uma conversa gravada em que o ministro dizia ter recebido um pedido do então presidente Jair Bolsonaro para direcionar recursos a prefeituras indicadas por dois pastores evangélicos.
Odimar Barreto era um deles — e foi demitido do cargo poucos dias depois. O caso é investigado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Desde o ano passado, a CGU tenta, sem sucesso, colher o depoimento de Barreto.
Recentemente, ele publicou em sua rede social um vídeo em que afirmava estar em Brasília buscando recursos para municípios do litoral sul de São Paulo. “Hoje estou indo a diversos ministérios mostrando a realidade de cada um dos municípios da Baixada Santista com objetivo único de trazer recursos para lá. Para isso, é preciso bater de porta em porta. Conto com seu apoio”, disse.
No ano passado, o ex-assessor disputou, sem sucesso, uma vaga a deputado federal pelo PROS. Ele é pastor na Igreja Presbiteriana em Santos (SP), onde Milton Ribeiro, o ex-ministro, é reverendo.