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Partido de Bolsonaro adia evento para evitar questionamentos na Justiça

PSL avaliou que encontro com representantes da direita, marcado para o próximo sábado, poderia ser visto como campanha antecipada

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 26 jul 2018, 09h00 - Publicado em 26 jul 2018, 08h42
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  • Depois de um dia de hesitações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre a conveniência de participar da Cúpula Conservadora das Américas, a organização do evento anunciou sua transferência de 28 de julho para 8 de dezembro. O temor de possíveis acusações de campanha antecipada, com risco de impugnação da candidatura na Justiça Eleitoral, foi crucial para a decisão do comando da legenda. O evento pretende congregar a direita latino-americana e se contrapor ao Foro de São Paulo, realizado semana passada em Cuba com a presença de representantes da esquerda.

    A reportagem apurou que, inicialmente, Bolsonaro decidiu cancelar sua participação na cúpula, organizada pelos deputados do PSL Fernando Francischini (PR) e Eduardo Bolsonaro (SP). Depois, ele chegou a cogitar ir à reunião, mas cancelar a palestra que estava programada. No início da noite, Eduardo anunciou em seu perfil do Facebook a mudança final. “A transferência foi motivada pela posição do presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, no sentido de que o evento poderia gerar questionamentos perante a Justiça Eleitoral”, escreveu.

    Integrantes do comando de campanha afirmaram que Bolsonaro ficou irritado com o custo do evento, que já chegaria a R$ 200 mil. Oficialmente, a organização informa que a reunião custará no “máximo R$ 100 mil”, pagos pela Fundação Indigo, ligada ao partido. O Centro de Estudos em Seguridade (CES) apoiará o encontro.

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    A confusão em torno da reunião foi mais uma das dificuldades que têm envolvido a articulação da chapa do candidato, que lidera as pesquisas quando o ex-presidente Lula não é listado entre os postulantes. Bolsonaro não consegue atrair partidos para uma aliança que amplie seu tempo de propaganda no rádio e na televisão, nem arregimentar um candidato a vice para compor sua chapa.

    Há ainda rivalidades entre os antigos apoiadores de Bolsonaro, que o seguem ao longo de vários mandatos parlamentares, e os recém-chegados, atraídos pela campanha eleitoral. O presidente de honra e fundador do PSL, Luciano Bivar, protagoniza disputas com Bebianno e o vice do partido, Julian Lemos.

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