Em sua delação premiada firmada com a Polícia Federal, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci teria relatado que entregou dinheiro em espécie ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro do avião presidencial e em caixas de uísque. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.
Em setembro de 2017, VEJA revelou que Palocci disse na delação que ele próprio era encarregado de fazer pequenas entregas de propina pessoalmente a Lula. O ex-presidente recebia das mãos do ex-ministro pacotes de 30.000 reais, 40.000 reais e 50.000 reais. Segundo o delator, os pacotes de propina eram usados por Lula para bancar despesas particulares.
De acordo com o jornal O Globo, Palocci disse que “se recorda que levou valores a Lula em Brasília/DF; que levou valores em espécie a Lula em diversas vezes em São Paulo/SP; que já levou valores em espécie para Lula dentro da aeronave presidencial; que era apenas o colaborador a levar pessoalmente recursos a Lula, entregues em suas mãos”.
Questionado pelos investigadores se houve alguma testemunha desse tipo de entrega, Antonio Palocci disse, conforme a publicação, que “em determinada oportunidade levou 50 mil reais em espécies a Lula no Terminal da Aeronáutica em Brasília/DF, durante a campanha de 2010, dentro de uma caixa de celular na frente do motorista do colaborador, cujo nome era Cláudio Gouveia”.
Em outro trecho, Palocci teria afirmado ainda que “em São Paulo, recorda-se de episódio de quando levou dinheiro em espécie a Lula dentro de caixa de uísque até o Aeroporto de Congonhas, sendo que no caminho até o local recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega”.
Em outro trecho dos depoimentos, segundo O Globo, Palocci relatou ter questionado Lula sobre o tríplex do Guarujá, que o levou a ser condenado e preso na Lava Jato. “Por que você não pega o dinheiro de uma palestra e paga o seu tríplex?”, teria perguntado o ex-ministro. “Um apartamento na praia não cabe em minha biografia”, teria sido a resposta do ex-presidente.