Depois de ter suas atribuições esvaziadas no governo – a mais recente foi a migração do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) para a pasta da Economia –, o ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni deu indicativos, neste sábado, de que continua no governo. Ele se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, por pouco mais de uma hora e, ao deixar o encontro, afirmou que “não mudou nada”. “As coisas vão continuar a seguir seu rumo normal”, disse. Lorenzoni declarou que não discutiu com o presidente sua eventual saída da Casa Civil ou ida para outra pasta no primeiro escalão, e sim debateu detalhes da mensagem presidencial que será encaminhada ao Congresso Nacional na próxima segunda-feira, quando serão retomados os trabalhos do Legislativo.
“Nós nem conversamos sobre isso [saída do governo]. Nós conversamos sobre as tarefas do ministro da Casa Civil a partir já agora do meu retorno das férias. Hoje nós já conversamos sobre a rotina normal. Então, fica tudo igual, não mudou nada”, disse. Onyx estava de férias nos Estados Unidos, onde visitou o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, mas teve de antecipar o retorno ao Brasil diante do esvaziamento da Casa Civil e do risco de deixar a pasta.
Nas férias do ministro Onyx Lorenzoni, um novo desgaste. O então secretário-executivo Vicente Santini utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para viajar de Brasília para o Fórum Econômico Mundial, em Davos, e de lá para Nova Délhi, na Índia, onde Bolsonaro cumpria agenda. O episódio gerou mal estar no governo e levou à demissão de Santini. Um dia depois, ele acabou recontratado para um cargo com salário similar. Na sequência, nova exoneração, desta vez definitiva. Outros ministros, como o titular da Economia, Paulo Guedes, viajaram para a mesma viagem de Santini em avião comercial.
Questionado sobre o episódio neste sábado, Lorenzoni, que era o chefe imediato do assessor demitido, disse que conversou sobre o assunto com o presidente e resumiu: “isso é página virada, isso está resolvido e ponto final”. Antes de perder o PPI, a Casa Civil já havia sido desidratada com a retirada das funções de articulação política, repassadas para o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo.