O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, negou que o governo tenha prometido ministérios a partidos que fechassem questão pela reforma da Previdência e, por meio de sua assessoria, classificou como “fake news” as informações, que mexeram com o mercado nesta quinta-feira, 18.
Notícias de que governo estaria disposto a entregar ministérios para os partidos do chamado Centrão, em especial o PP, PR e PSD, no caso das siglas fecharem questão a favor da reforma, levaram à queda do dólar e dos juros futuros. A confiança de que um acordo com os partidos facilitaria a aprovação da reforma da Previdência levou otimismo ao mercado, mas não se confirmou.
A cotação, que oscilava em torno da estabilidade por volta de 15h30, rapidamente passou a cair 0,76%, por pouco não caindo abaixo de 3,90 reais. No fim do dia, porém, o mercado reduziu o ímpeto, e o dólar fechou em baixa de 0,11%, para 3,9298 reais na venda.
O Planalto tem resistido a negociar cargos com os partidos, especialmente de primeiro escalão, alegando que não fará a política de indicações em troca de apoio no Legislativo. O presidente Jair Bolsonaro defende que o governo não terá uma base parlamentar, mas “maiorias ocasionais”, em torno de temas que serão votados.
O formato, no entanto, tem levado o governo a enfrentar dificuldades para a tramitação da reforma no Congresso. A votação da proposta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por exemplo, foi adiada para a próxima terça-feira, 23, após uma união entre oposição e Centrão para criar dificuldades no colegiado.
Apesar de avaliar apenas a constitucionalidade da proposta, a CCJ tem sido alvo de embates sobre o mérito da reforma, e o relator da matéria, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), já admitiu fazer modificações para tentar aprovar seu parecer na próxima semana.
Embora tenha havido conversas iniciais do presidente Jair Bolsonaro com líderes de partidos mais inclinados a aprovar mudanças na Previdência, nenhum deles até agora se comprometeu a fechar questão na votação. Ao mesmo tempo, a maioria exige modificações substanciais em temas como Benefício de Prestação Continuada e aposentadoria rural para aprovar a reforma.