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Oito dias após indicação, ‘número 2’ do MEC anuncia saída da pasta

Ligada a uma igreja evangélica, Iolene Lima anunciou pela Twitter que não seguirá no ministério

Por Diego Freire Atualizado em 22 mar 2019, 17h39 - Publicado em 22 mar 2019, 06h50
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  • Oito dias após ser anunciada pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez como nova secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), a educadora Iolene Lima informou sua saída do cargo – considerado como o “número 2” na hierarquia da pasta – antes mesmo de assumir.

    Na madrugada desta sexta-feira, 22, Iolene utilizou sua conta no Twitter para informar que não faz mais parte da equipe do ministério. Sem apresentar detalhes sobre a motivação da mudança, ela escreveu: “Hoje, após uma semana de espera (para assumir), recebi a informação de que não faço mais parte do grupo do MEC”.

    A educadora disse que aceitou o convite para “servir ao país” e “construir um Brasil melhor por meio da educação”, reforçando que deixou um emprego de cinco anos à frente do Colégio Inspire, em São José dos Campos (SP), que ajudou a fundar.

    “Diante de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio, aceitei a nova função dentro do ministério”, pontuou Lima, que desejou “boa sorte” para o governo Bolsonaro e o ministro Ricardo Vélez Rodríguez.

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    Troca de indicações para ‘número 2’

    No último dia 12, o ministro havia anunciado a substituição de Luís Antônio Tozi, que ocupava o cargo de secretário executivo do MEC, por Rubens Barreto da Silva, secretário executivo adjunto. Barreto, porém, não chegou a assumir a secretaria e Iolene foi nomeada no dia 14.

    Ligada à Primeira Igreja Batista de São José dos Campos, atualmente conhecida como Igreja da Cidade, Iolene Lima chegou a defender, ao longo da carreira como educadora, a posição de que toda disciplina do currículo escolar deveria ser organizada “sob a ótica das escrituras”, referindo-se a passagem bíblicas. O ponto de vista provocou resistências entre outros educadores.

    “Uma educação baseada em princípios é uma educação baseada na palavra de Deus. Onde a geografia, a história, a matemática vai ser vista sob a ótica de Deus. Então o aluno vai aprender que o autor da história é Deus. O realizador da  geografia foi Deus. Deus fez as planícies, Deus fez os relevos, Deus fez o clima”, disse Iolene em entrevista a um canal evangélico em 2013.

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    O ministro Vélez Rodríguez ainda não se manifestou sobre o novo nome que assumirá o cargo.

    Atrito com a bancada evangélica

    Na última quinta-feira, deputados da bancada evangélica cancelaram participação em reunião marcada com Vélez – em mais um episódio de desgaste. Em parceria com outras bancadas, os evangélicos organizam apoio ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF), um dos cotados para substituir o atual ministro.

    Diversas exonerações marcaram as últimas semanas do MEC, especialmente após indisposição de Vélez com o grupo ligado ao escritor Olavo de Carvalho. Além disso, o ministro vem conduzindo uma administração marcada por polêmicas, como a determinação de que as escolas gravassem os alunos cantando o Hino Nacional e enviassem vídeos ao Ministério da Educação (MEC). A Procuradoria da República do Distrito Federal abriu investigação para apurar se houve improbidade administrativa no caso.

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