O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, não vai apresentar nenhum destaque para a votação na comissão especial que analisa a reforma da Previdência.
A informação foi confirmada a VEJA pelo deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP), coordenador da bancada no colegiado. “Não será o PSL a desidratar a reforma da Previdência do [ministro da Economia] Paulo Guedes”, disse a VEJA o parlamentar. “A pedido do próprio Paulo Guedes e do presidente nacional do partido, Luciano Bivar [deputado federal, PSL-PE], o PSL não apresentará destaque.”
Frota está reunido com outros parlamentares na residência do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), há mais de quatro horas. Segundo o parlamentar, ainda nesta segunda-feira, 1º, haverá uma reunião da bancada do PSL, as 17h, na casa de Maia, para discutir a estratégia do partido na comissão especial.
Nos bastidores, articuladores da reforma estavam preocupados com a postura do partido, que poderia apresentar acréscimos ao texto e, com isso, comprometer o cronograma de votação da reforma da Previdência.
Além de não apresentar destaques ao texto, o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), trabalha para que a bancada do PSL vote contra requerimentos apresentados por outros partidos.
Um destaque apresentado pelo PSD, por exemplo, flexibiliza as regras de aposentadoria para profissionais de segurança pública. A mudança pode representar um impacto de 20 bilhões de reais em dez anos. Frota disse a VEJA que vai liberar a bancada para essa votação, ou seja, cada deputado poderá votar como quiser.
A expectativa é de que o texto seja votado no plenário da Câmara dos Deputados antes do recesso parlamentar, que terá início no próximo dia 18.