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O potencial eleitoral das “estrelas” da CPI da Pandemia

As pesquisas mostram que os oposicionistas da comissão têm levado vantagem sobre a bancada governista nas disputas regionais

Por Ricardo Chapola
Atualizado em 2 out 2022, 15h30 - Publicado em 30 set 2022, 22h03
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  • Muito se dizia que a CPI da Pandemia iria servir de palanque a muitos parlamentares, principalmente àqueles que vislumbravam disputar as eleições em 2022. Passado praticamente um ano do fim dos trabalhos da comissão, personagens emblemáticos daquele período agora vão testar seus nomes nas urnas, na votação prevista para domingo, 2. A dois dias do pleito, as pesquisas apontam que, até aqui, os membros da oposição ao governo Bolsonaro que integraram a CPI estão saindo melhor na campanha em relação aos que compunham a tropa de choque do presidente. 

    O maior exemplo disso é o senador Omar Aziz (PSD-AM), então presidente da CPI da Pandemia. O parlamentar, que disputa a reeleição pelo estado, é líder nas pesquisas de intenção de voto mais recentes realizadas no Amazonas, com 29%. Ele tem protagonizado nos últimos dias uma virada sobre seu principal adversário na região, o ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB). Até julho, um levantamento divulgado pelo instituto Real BigData indicava o tucano na frente, com 24% das intenções de voto, enquanto Aziz tinha 19%. Internamente, a campanha avalia que o trabalho feito por Aziz na CPI  é um dos motivos que explicam a melhora do desempenho do parlamentar nas pesquisas. O outro teria sido a aliança com a chapa do ex-presidente Lula.

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    Dentre os opositores ao governo Bolsonaro na CPI, quem não tem tido sucesso eleitoral até aqui é a senadora Simone Tebet (MDB-MS). A parlamentar não era integrante oficial da comissão, mas fez questão de ir a todas as reuniões na tentativa de enfatizar a importância da participação feminina na CPI. Teve alguns lampejos durante os trabalhos e até conseguiu apoio para pavimentar sua candidatura à Presidência nas eleições deste ano. Apesar disso, seu desempenho não tem sido dos melhores. As pesquisas indicam que Simone não atingiu sequer os dois dígitos das intenções de voto. 

    Do lado bolsonarista, a CPI não parece ter resultado em dividendos eleitorais. As figuras que mais se destacaram da base bolsonarista na comissão não engrenaram por enquanto nas disputas. O senador Marcos Rogério (PL), candidato ao governo de Rondônia, segue em desvantagem na corrida estadual. Pesquisa recente, realizada pelo Ipec, mostra que ele possui 27% das intenções de voto, na vice-liderança da corrida estadual. O líder é o candidato à reeleição, coronel Marcos Rocha (União Brasil), com 38%. Rogério foi um dos principais nomes da tropa de choque de Bolsonaro ao longo de toda a CPI. 

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    Personagem folclórico da CPI, o senador Luis Carlos Heinze (PP), candidato ao governo do Rio Grande do Sul, também não tem tido sucesso. Segundo pesquisa Ipec divulgada nesta semana, o parlamentar aparece na quarta colocação na corrida estadual, com apenas 4% das intenções de voto. O líder é o ex-governador Eduardo Leite (PSDB). 

    O senador Fernando Bezerra (MDB-PE), ex-líder do governo no Senado, não vai concorrer a nenhum cargo neste ano, mas tem se dedicado à campanha do filho, Miguel Coelho (União Brasil), na disputa ao governo de Pernambuco. Bezerra, que foi porta-voz da base aliada na CPI, tem usado a influência política regional e sua atuação na comissão para ajudar na campanha do filho. Mas o esforço, por enquanto, tem sido em vão até o momento. Ele aparece em terceiro lugar nas pesquisas recentes, com apenas 13% das intenções de voto. 

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