O presidente Lula tem o direito de disputar a reeleição em 2026. Já Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030, não aceita ser descartado como candidato na próxima corrida ao Palácio do Planalto porque pretende recuperar seus direitos políticos na Justiça ou no Congresso. Apesar de os dois rivais dificultarem o debate sobre eventuais sucessores dentro de seus respectivos campos políticos, nomes são cogitados tanto na esquerda quanto na direita, sendo inclusive testados em pesquisas.
Levantamento Genial/Quaest divulgado na última quarta-feira, 31 de julho, mostra que nos maiores colégios eleitorais do Nordeste o favorito para suceder Lula no PT, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem mais potencial de voto do que dois dos cotados como herdeiros de Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas. Na prática, há uma reprodução da vantagem obtida pelo presidente sobre o antecessor na eleição de 2022.
Reduto petista
Na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste e quarto do país, 34% dos entrevistados disseram que poderiam votar em Haddad em 2026. O porcentual supera o de Michelle, 19%, de Tarcísio, 16% e até o de Bolsonaro, 26%. No lado da rejeição, 40% afirmaram que não votariam no ministro, 49% em Michelle Bolsonaro e apenas 26% em Tarcísio. O governador se beneficia, de certa forma, do fato de ser desconhecido por 56% dos entrevistados.
Em Pernambuco, segundo maior colégio eleitoral do Nordeste e sétimo do país, 29% declararam que poderiam votar em Haddad, que supera Michelle Bolsonaro (20%) e Tarcísio (13%). Desconhecido por 62% dos entrevistados, o governador tem a menor rejeição entre os três, 23%, enquanto o ministro e a ex-primeira-dama marcam, respectivamente, 47% e 53%.
Polarização nacional
Em sondagens anteriores, a Genial/Quaest mediu a temperatura nos maiores colégios eleitorais do Brasil. Em São Paulo, 35% disseram que poderiam votar em Haddad, 28% em Michelle e 49% em Tarcísio, favorito para se reeleger ao cargo em 2026, caso não seja impelido a disputar o Planalto. Em Minas Gerais, o potencial de votos de Haddad e Michelle é praticamente igual — 29% a 28%. Já Tarcísio marca 21%.