O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, disse nesta sexta-feira, que há “corrupção sistêmica” no Brasil e que pretende ampliar a Lava Jato e outras operações de combate à corrupção. A declaração foi dada após a assinatura do seu termo de posse no Ministério da Justiça. “A corrupção neste país é sistêmica, mas existe a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e vários outros órgãos que a combatem e nós pretendemos continuar cada vez mais fortes nesse combate”, afirmou Segóvia.
Questionado sobre possíveis mudanças na equipe da Lava Jato, o novo diretor-geral da PF explicou que o tema está sendo trabalhado dentro do “processo de transição” e mudanças são naturais e serão feitas “paulatinamente”.
“A Polícia Federal está tranquila, já tive reuniões com todos os atuais diretores, todos os atuais superintendentes regionais e todos estão tranquilos. A gente pretende continuar o trabalho da Polícia Federal e as mudanças serão feitas paulatinamente e, com certeza, sempre tem gente que está cansada e quer sair e tem gente que está nova e quer começar um trabalho”, disse.
Fernando Segóvia completou afirmando que “não será só uma ampliação, uma melhoria na Lava Jato, será em todas as operações que a Polícia Federal já vem empreendendo e ainda ampliar, quer dizer, criar novas operações”.
O novo diretor foi indicado pelo presidente Michel Temer para assumir o comando da PF no lugar do delegado Leandro Daiello, no cargo desde janeiro de 2011. Segóvia ponderou que, apesar das relações políticas inerentes ao cargo de diretor da corporação, a PF “investiga crimes de pessoas”, e não instituições.
Ele abordou ainda a relação da Polícia Federal com o Ministério Público Federal. “O que a gente precisa, na realidade, é melhorar talvez a investigação, melhorar os focos nas investigações e, aí, combater melhor esse tipo de crime, combatendo na realidade a essência da corrupção. Nisso a gente vai, vamos dizer assim, trabalhar em parceria com o Ministério Público Federal e outras organizações para tentar melhorar esse combate.”
A assinatura foi acompanhada pelo ministro da Justiça Torquato Jardim, pelo secretário nacional de Segurança Pública, general Carlos Alberto Santos Cruz, e pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Renato Dias. Durante a solenidade, Torquato deu boas vindas e apresentou seus auxiliares a Fernando Segóvia.